CARNAVAL 2014
Inovação e raiz afro são celebradas no Dodô & Osmar
Por Maíra Azevedo
Vestido de Pierrot e cantando Alegria, de Ivete Sangalo, Saulo arriscou uns passinhos de pagode no palco, mas terminou cedendo o lugar para o rei momo Renildo Barbosa. Ele conduziu a rainha do Carnaval para anunciar os destaques especiais do Troféu Dodô & Osmar, nesta terça-feira, 8.
O primeiro a receber a homenagem especial foi o circuito Sérgio Bezerra, que completou quatro anos. O circuito abre espaço, na Barra, para as bandas de sopro e percussão um dia antes da abertura oficial da folia.
A criatividade do Furdunço lhe deu direito à segunda homenagem como destaque da premiação. O prefeito ACM Neto e o secretário Guilherme Bellintani receberam o prêmio e, no lugar do discurso, preferiram um cumprimento discreto à plateia. A irreverência do Microtrio rendeu a terceira premiação na categoria dos destaques..
Matriz africana
E no Carnaval que homenageou o surgimento dos blocos afro, o vencedor da categoria em sua homenagem foi o primeiro deles: o Ilê Aiyê. O Ilê também foi premiado com o trófeu pelo melhor trio e carro alegórico.
O Afródromo, uma das novidades do Carnaval desse ano, que deu visibilidade às agremiações de matriz africana, também foi homenageado pela inovação e empreendedorismo. A cantora Márcia Short preparou a platéia par ao anúncio cantando Meu coração de tambor.
"Agradeço a toda comunidade negra que nos apoiou e em especial ao Ilê Axé Jitolu, onde tudo começou. A nossa proposta é dar visibilidade às produções negras", disse Alberto Pitta, presidente do Afrodromo.
Fé
O afoxé Filhos de Gandhy foi o vencedor da sua categoria. E as referências à cultura e religiosidade de matriz africana se fizeram presentes ao longo da cerimônia.
Vestido com uma indumentária com referência ao orixá Oxóssi, senhor da caça, Márcio Victor apareceu cantando Raiz de Todo Bem, de Saulo Fernandes, música que concorreu com Lepo Lepo, hit que alcançou sucesso em sua voz.
Márcio Victor ainda mostrou que domina bem os passos de dança afro. O cantor da banda Psirico interagiu com os dançarinos. Além disso, em uma dobradinha com os percussionistas, mostrou mais um dos seus talentos musicais.
Na sequência, a ialorixá Jaciara Ribeiro, líder do terreiro Abassá de Ogum, localizado em Itapuã, saudou Oxum, orixá a quem é consagrada. A saudação foi para homenagear o Gandhy e o Ilê.
Mesmo na celebração ao Carnaval, a ialorixá destacou em seu discurso que o racismo ainda se faz presenta na grande festa da Bahia.
"Nós temos muito que nos orgulhar, pois sobrevivemos. A luta não terminou, mas sobrevivemos e estamos sustentando em nossos corpos na labuta do dia a dia com a nossa ancestralidade", disse Mãe Jaciara.
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