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CARNAVAL 2014

Maleiro foi o ícone da habilidade múltipla

Por Juliana Dias | A TARDE

27/02/2011 - 10:49 h | Atualizada em 28/02/2011 - 11:32

Carnavalesco, agitador cultural, esportista, músico, instrumentista, cantor, e, principalmente, artesão, Nelson Cruz é um nome dificilmente reconhecido pela maioria dos foliões do Carnaval de hoje. Mas basta citar  Maleiro e Gigante de Bagdá, para que os carnavalescos  dos velhos tempos lembrem do  homem que promoveu uma revolução no cenário cultural local e é considerado o patriarca da percussão na Bahia.

Foram 55 anos dedicados aos carnavais soteropolitanos. O artista faleceu em 1982, vítima de um câncer de próstata, deixando cinco  filhos, 14 netos e dois bisnetos. Maleiro fez história em várias vertentes como ter sido o  primeiro negro a aparecer em um comercial de TV na Bahia.

Os apelidos  “Maleiro” e “O Gigante de Bagdᔠsão resultado de sua habilidade para construir malas e o personagem que encarnou diversas vezes, respectivamente. Na sua época, as malas eram fabricadas artesanalmente. Elas tinham o formato de baús de madeira e, além de servir para viagens, também eram usadas para guardar roupas. A familiaridade com a arte do ofício aliada ao manuseio de madeiras fez com que despertasse,  em 1930, para a fabricação de instrumentos percussivos que variavam dos atabaques sagrados às baterias de modelo americano.

Habilidade - Sua oficina ficava no subsolo do casarão de nº 28, na Barroquinha. Personalidades do cenário musical da Bahia iam até lá em busca de instrumentos percussivos, como Dorival Caymmi, Raul Seixas, Gilberto Gil, Djalma Correia, dentre outros.

Além da fabricação, Maleiro tinha habilidade para tocar sete instrumentos percussivos: tamborim com e sem ferragem, bongô, timbau, agogô, atabaque, tumbador e pandeiro, inclusive instrumentos de sopro, como sax-tenor e barítono nos bailes da década de 1940, quando organizou a Orquestra de Jazz Vera Cruz.

Em qualquer lugar que se falar de percussão não se pode deixar de falar de Nelson Maleiro. Ele foi a pessoa que organizou, valorizou e acreditou nos instrumentos”, afirma Ivete Cardoso, afilhada do agitador cultural.

Para ela, o padrinho foi muito mais do que um carnavalesco. “Ele era apreciador das tradições da terra”, acrescenta Ivete.

Nas décadas de 1950 e 1960, encontrar instrumentos percussivos na Bahia era um grande desafio. O domínio  das técnicas de produção de atabaques, baterias, agogôs, bongôs e tumbadoras era quase que restrita aos estados do Sudeste.

Maleiro foi de grande importância econômica e financeira para os artistas baianos, pois com a venda de instrumentos na Barroquinha, eles não precisavam se deslocar para outros estados. “Nelson me chamava à atenção porque ele confeccionava instrumentos que ninguém produzia na Bahia. Um deles era o bongô, no qual ele usava forro de celuloide com aplicação de tarrachas”, relata o doutorando em história social e professor universitário,  Jaime Sodré. O professor volta e meia frequentava a oficina de Maleiro na época em que era  adolescente.

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