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CARNAVAL 2014

Salvador é das enxutas e o Rio de Janeiro, das popozudas

Por Anderson Sotero*

16/02/2014 - 9:39 h
Vina Calmon - Cheiro de Amor
Vina Calmon - Cheiro de Amor -

Vina Calmon, 26, que a partir da Quarta-Feira de Cinzas assumirá os vocais da banda Cheiro de Amor, diz que gosta de malhar muito, em média duas horas por dia. Na Babado Novo, Mari Antunes, 26, não é muito fã, vai só três vezes por semana. Já a rainha da bateria da escola de samba carioca Beija-Flor, Raíssa de Oliveira, 23, une malhação diária a tratamentos estéticos.

A diferença de resultados pode ser vista nos carnavais da Bahia e do Rio - enquanto dez entre dez cantoras baianas têm visual mais "enxuto", as "popozudas" cariocas povoam as transmissões de TV em biquínis minúsculos, com silicone e muitos músculos.

"No Rio, as mulheres malham muito porque elas exibem o corpo no Carnaval. A Ivete (Sangalo) não precisa do corpo. É cantora", opina Raíssa, que considera o próprio corpo "natural".

"É genética. Meu corpo não é muito malhado e nem magro. Malho só para manter. Só tenho silicone no seio. Não sou bombada", afirma a rainha de bateria que, desde os 15 anos, cuida do corpo.

Para o antropólogo Roberto Albergaria, no Rio, nos anos 1970, o modelo de mulher brasileira era "bunda grande e peito pequeno". Com o passar do tempo, lembra, apareceu o modelo de mulher que passou a turbinar o peito e malhar.

Americanização

"É o que os cariocas chamam de mulher travesti ou cavala, também conhecida como vedete. Esse padrão é a americanização do modelo de corpo feminino mais musculoso e com investimento nos seios, que não era a preferência nacional. O ideal era a moreninha do bundão e do peitinho", ressalta.

O cirurgião plástico Cláudio Matsumoto destaca que o Sudeste é mais voltado para o desfile: "Estão em exposição, de biquíni, em close na TV. Aqui, quem fica mais em evidência são as cantoras, que têm que estar magras e ter pique para o percurso".

Ao contrário das musculosas e 'bombadas' como Valesca Popozuda e Gracyanne Barbosa, Mari Antunes defende que o padrão estético de mulheres no Carnaval do eixo Rio-São Paulo é diferente por adotar um figurino específico quando desfilam.

Imagem ilustrativa da imagem Salvador é das enxutas e o Rio de Janeiro, das popozudas
| Foto: Fotos: Michel Rey | Divulgação e Divulgação

"Na Bahia, a preocupação maior é o condicionamento físico. Lá, elas não puxam trio. Aqui também há ligação com a estética, mas não é o foco. A gente gosta de mostrar tudo, mas é diferente da sambista. Dá para esconder uma região que a gente não quer exibir", diz Mari.

Formato cênico

O Carnaval da Bahia, diz Albergaria, tem formato cênico diferente. "É uma puxadora de trio, bonita e gostosa, não necessariamente musculosa. Embaixo não tem uma comissão de frente televisionável. No carioca, as mídias focam nas gostosas do Carnaval. É modelo especial para essa circunstância. Não é o da mulher comum", observa.

Segundo ele, as cantoras de axé também malham para não caírem no ostracismo com o avançar da idade. "Só se vê cantor mais velho. Cantora, envelheceu tem que sair".

Sobre turbinar o corpo, Vina Calmon conta que tem silicone apenas nos seios. "Gosto de corpão, mas procuro ficar no padrão normal. Silicone várias artistas baianas têm. Acho normal. Não quis ficar turbinadíssima", avalia.

Vina considera, ainda, que não existe pressão para focar no físico: "Tenho preocupação com a TV, que aumenta uns cinco quilos, para não ficar com aspecto de 'cheinha', mas não é pressão. É necessidade. Trabalhamos com imagem. Temos que estar saradinhas, até por uma questão de saúde. Já é uma cultura. Mas o essencial é a voz".

Mari discorda: "Tem uma pressão para estar bonita, com boa forma, mas não é ser musculosa. Não temos esse biotipo. Prefiro estar mais magra e mais durinha'".

O presidente do Conselho do Carnaval de Salvador, Pedro Costa, defende mais a terra natal. "Aqui, elas são autênticas. No Rio e São Paulo, é quase mulher-robô", brinca.

Responsável pelo concurso da Rainha do Carnaval, o publicitário Gorgônio Loureiro também destaca a questão da mídia: "Salvador é mais leve. O Rio é mais midiático".

* Colaborou Maíra Azevedo

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