CARNAVAL 2014
Se a fubica fosse criada hoje, como ela seria?
Por Hieros Vasconcelos | A TARDE
Se a fubica fosse criada hoje, como ela seria? No atribulado período de produção do Carnaval, seis profissionais das áreas de artes plásticas, arquitetura e design tiraram umas horas do precioso tempo para entrar na brincadeira promovida por A TARDE e desenharam a fubica do século XXI. Alguns desenhos foram feitos no computador, outros à mão, mas o importante é que todos se dispuseram a participar da homenagem ao trio elétrico, que completa 60 anos neste Carnaval.
Para o artista plástico Igor Villa, os arquitetos Marcelo Silva e José Nunes da Matta, os designers Pedrinho da Rocha, Ray Vianna e Marcelo Aguiar (Ford), a fubica do futuro tem formatos completamente diferentes. O designer Ray Vianna acredita numa fubica mais futurista, sem rodas e flutuante. Marcelo Silva e Nunes da Matta, ambos arquitetos, deram um grau no trio elétrico e trabalharam conforme as possibilidades reais. Já Pedrinho da Rocha acredita que a fubica do futuro será o iFob, uma espécie de iPod criado de acordo com as leis municipais contra a poluição sonora no Carnaval de Salvador. Uma visão ambientalmente correta da usina de som que faz 60 anos.
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HISTÓRIA - A fubica surgiu em 1950 por meio das ideias mirabolantes de Dodô e Osmar. Osmar era dono de uma metalúrgica e usava uma fubica Ford modelo 1929 para fazer o transporte de esquadrias de ferro e alumínio: um carro forte e resistente. A dupla decorou o veículo e instalou dois alto-falantes e um sistema de som com amplificador, alimentado pela bateria do carro. Foi num domingo de Carnaval que apareceu a dupla em cima do carro, tocando instrumentos elétricos inventados por eles, os famosos paus elétricos.
Em 1951, surge o trio elétrico: Dodô e Osmar convidam o amigo Temístocles Aragão para tocar com eles. Em 1952, Dodô, Osmar e Temístocles já tocavam em um veículo com oito alto-falantes, corrente elétrica de geradores e iluminação com lâmpadas fluorescentes.
Mas, foi graças ao carnavalesco Orlando Tapajós que o trio permaneceu na folia com o seu formato gigantesco e com a constante evolução tecnológica. A Caetanave foi lançada por ele em 1972, em homenagem a Caetano Veloso, que voltava do exílio em Londres. Orlando faz questão de lembrar que tem 76 anos, 65 de folia e 55 de trio. “Mas, agradeço a eles (Dodô e Osmar), que me ensinaram essa arte de fazer felicidade”, diz Orlando. “Em 1950, eu tinha meus 17 anos e já pulava Carnaval. A fubica tocou pela primeira vez na Praça da Piedade e, ao descer a Ladeira de São Bento, começou a esfumaçar. Osmar mandou o motorista, Olegário, parar, mas aí ele falou: ‘Seu Osmar, a fubica está parada. É o povo que tá empurrando’. E eu estava lá, empurrando a fubica junto com a multidão”, lembra.
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