CHAME GENTE
“Sonho em gravar com Ivete Sangalo”, diz Marília Mendonça
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A sofrência da música de Marília Mendonça vai tomar conta do Carnaval de Salvador, pelo menos, em três camarotes: Harém, Salvador e Planet Band. Mas não só o sertanejo terá espaço. A artista, que tem apenas um ano de carreira como cantora e 20 anos de idade, promete também ter muita axé music e pagode no repertório, para os que estarão solteiros nas festas. Para os que querem esquecer o crush, canções para “tomar todas”. Ela também revelou, na conversa com a Chame Gente, um sonho: gravar com Ivete Sangalo, de quem é fã. “Toda mulher tem este sonho, na música”, disse. Claro, a cantora, que estará neste sábado no show Festeja Salvador (Parque de Exposições), também falou do movimento feminino no sertanejo, antes dominado pelos homens. Confira a bate-papo exclusivo que Marília teve com a coluna, por telefone, em um dia de folga com direito a cerveja gelada, como afirmou a artista.
Será sua primeira vez no Carnaval daqui. Quais são as suas expectativas?
É uma festa que sempre quis ir, pelo menos para curtir, porque acho que o clima é diferente. Estou feliz demais. Tenho certeza que será uma realização muito bonita na minha vida em 2017.
E como o sertanejo que faz, puxado para a sofrência, pode interagir com o clima de euforia da festa?
Acho que tem espaço para todos os ritmos. Nós estamos fazendo blocos com axé e pagode, para as pessoas que estão solteiras. Mas sempre vai ter a pessoa que vai para o Carnaval para ver se esquece o crush e vai escutar Marília Mendonça, vai lembrar (do amor), vai doer e vai tomar todas durante o show.
O sertanejo e os artistas da Axé Music mantêm uma boa relação. Há algum projeto de parceria?
Eu gravei com o cantor Léo Santana uma música que já está tocando. O nome dela é Incendeia. Mas sou louca pela Ivete (Sangalo). É um sonho meu gravar com Ivete, porque ela é maravilhosa. Toda mulher tem este sonho, na música.
E falando ainda em projetos, além do CD/DVD Marília Mendonça, lançado em 2015, o que você já prepara para o ano de 2017?
A gente está lançando o novo DVD agora. Já estamos trabalhando três faixas, que foram gravadas em Manaus (AM), em 2016. Este trabalho é um divisor de águas em minha carreira.
Você foi reconhecida, antes de assumir os vocais, como compositora. Ainda investe nesta vertente?
Com certeza, mas não no mesmo pique que antes. Estamos fazendo 20 shows por mês. Mas tem muitas músicas que fiz na minha fase de compositora que ainda estão guardadas.
Você faz parte de uma corrente no sertanejo que valoriza a mulher neste gênero. Acha que a visibilidade deste grupo ajudou a quebrar a hegemonia masculina no segmento?
Sim. Acho que hoje a mulher tem coragem de dizer o que as outras mulheres querem ouvir. E foi isso que influenciou bastante nesta ascendência nossa. As mulheres estavam precisando de representantes neste ramo, porque estava realmente escasso. Fico muito feliz em ver que todo dia nasce uma nova artista feminina. Quero que isso continue por muito e muito tempo. Se depender de mim, vamos trabalhar para isso.
Você já sofreu algum tipo de discriminação, no cenário musical?
Não. Os homens do sertanejo sempre me respeitaram como compositora. A gente viveu uma época fomentando o mercado masculino, fomentando a música sertaneja com composições. Tenho vários amigos que me apoiaram para eu chegar onde estou hoje.
As mulheres estavam precisando de representantes neste ramo (do sertanejo), porque estava realmente escasso
O que você acha que precisa mudar para que as mulheres deixem os bastidores e ganham mais visibilidade na música, principalmente sertaneja?
Acredito que é trabalho. Nunca pensei que fosse digna de pena. Nunca achei que desse certo esta coisa das pessoas terem pena de mim por ser mulher, que tenho que trabalhar menos. Sempre trabalhei bastante, como dizem os outros: como um ‘homem’. Então, é trabalho, dedicação e talento, que é o principal. Não basta só ser mulher porque está na moda.
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