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8º Festival do Cinema Baiano começa hoje em Ilhéus

Evento prioriza a produção local com exibições de curtas e longas-metragens, além de discutir o cenário audiovisual interno

Por Rafael Carvalho | Especial para A TARDE

14/11/2024 - 8:00 h
1798 – A Revolta dos Búzios, de Antonio Olavo, encerra o evento
1798 – A Revolta dos Búzios, de Antonio Olavo, encerra o evento -

O Festival de Cinema Baiano (Feciba) teve sua primeira edição em 2011, com o intuito de destacar o cinema feito no Estado. Até 2016, conseguiu manter e expandir suas atividades, quando foi descontinuado no ano seguinte por falta de fomento.

Após a edição especial online feita em 2021, durante a pandemia, o Feciba retorna este ano com novos apoiadores, mas com a mesma vontade de lançar luz sobre a produção cinematográfica da Bahia.

“A gente criou o evento para homenagear o centenário do cinema baiano, no início da década passada. Mas percebemos a importância de dar continuidade, principalmente pela quantidade de filmes que estávamos produzindo na Bahia. Naquela época já tinha muitos filmes e hoje mais ainda”, afirmou Edson Bastos, idealizador e produtor executivo do evento, em entrevista para A TARDE.

“Desde sempre, pensamos em um evento cujo protagonista fosse o cinema baiano”, complementou.

O Feciba nasceu em Ilhéus (a 310km de Salvador) e este ano possui um formato híbrido. Tem um braço virtual que começa hoje e vai até o sábado, com oficinas e mesas de debate. A partir do domingo, segue de forma presencial no Teatro Municipal de Ilhéus com exibição de curtas e longas-metragens, divididos em diversas mostras.

Toda a programação do evento é gratuita.

Além de ter estudado na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, Bastos falou da importância de ter um evento de cinema na cidade: “Ilhéus sempre foi a sede do Feciba, e a gente sempre buscou a descentralização dos eventos de cinema na Bahia, até porque em Salvador já havia outros festivais importantes de cinema. A cidade tem um grande potencial turístico, tem um curso de Rádio e TV na UESC, agora estão surgindo outros cursos técnicos em outras instituições também”.

A abertura presencial do Feciba no domingo vai contar com a exibição do premiado longa Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges, com direito a bate-papo com a equipe do filme. O longa conta a história de um adolescente no sertão baiano que está perdendo a visão. Antes disso, alguns curtas-metragens ganham exibição em sessões vespertinas.

Já o encerramento será com 1798 – A Revolta dos Búzios, de Antonio Olavo, justamente em 20 de novembro, próxima quarta, no Dia da Consciência Negra. O filme mergulha na história de uma das mais marcantes revoltas populares que se deram no período colonial, com a diferença que uma de suas maiores reinvindicações era o fim da escravidão, algo que só se tornou Lei quase um século depois, em 1888.

Realização pulsante

Uma das grandes tradições do Feciba é o destaque dado à produção de curtas-metragens, já que o evento possui uma mostra competitiva apenas para os curtas. “Eu vejo uma grande potência estadual na realização de curtas. Nós tivemos aproximadamente 190 curtas inscritos este ano. Nos anos anteriores, a gente geralmente chegava a 100 filmes inscritos, agora tivemos quase o dobro. Isso mostra a vivacidade desse cenário atual”, destacou Bastos que também é cineasta.

“Tem uma grande quantidade de pessoas que inscreveram filmes feitos através da Lei Aldir Blanc, principalmente durante a pandemia, o que explica o aumento dessa produção”, complementou, ao pontuar a importância dos patrocínios e dos financiamentos públicos para a realização de curtas.

O Feciba exibe filmes realizados nos últimos quatro anos, por realizadores baianos ou que residem na Bahia há dois anos. Além da competitiva de curtas, o evento possui outras mostras paralelas, como a ‘Bahia Adentro’, que exibe filmes feitos em cidades do interior do estado; a mostra ‘Identidades’, que destaca as produções que englobam o cinema negro, o cinema feito por mulheres, indígenas e pessoas LGBTQIAPN+.

Há ainda um mostra dedicada à produção infantojuvenil e obras com recursos de acessibilidade. Serão exibidos no festival filmes atuais, como os longas Dorivando Saravá, O Preto que Virou Mar, elaboração poético-experimental sobre o trabalho e a pessoa de Dorival Caymmi, dirigido por Henrique Dantas; Reggae Resistência, sobre a cultura e história do reggae na Bahia, com direção de Cecília Amado e Pablo Oliveira.

Já Saberes Quilombolas, de Plínio Gomes e Bruno Saphira, investiga as relações de trabalho em comunidades ancestrais em Santo Amaro da Purificação; Alice dos Anjos, de Daniel Leite Almeida, reinventa o conto clássico de Lewis Carroll adaptado para o cenário do sertão baiano; e o filme policial Receba!, dirigido por Pedro Perazzo e Rodrigo Luna, destaca o cinema de gênero com sotaque local.

Atividades formativas

As discussões e o incentivo à produção audiovisual local também ganham destaque na programação do Feciba. As oficinas serão sobre gestão de empresa audiovisual, direção de cinema e acessibilidade.

Já as mesas de debate que acontecem nos próximos dois dias versam sobre temas como garantia de igualdade territorial na produção cinematográfica, a seguridade previdenciária para a classe artística e a criação da empresa pública Bahia Filmes. Todas elas poderão ser acessadas através do canal oficial do Feciba no YouTube.

Mas haverá ainda uma mesa especial no último dia de evento, 20 de novembro, com o tema “A Esperança é uma Flecha de Fogo”, frase retirada da música Gritos de Guerra, da banda Chiclete com Banana.

“A gente já vinha maturando esse tema, mas hoje ele faz bastante sentido porque vivemos um período tenebroso em que não conseguíamos produzir, em que os artistas eram perseguidos. Então buscamos refletir sobre o sentimento da esperança. Percebemos que a esperança é um limbo, assim como a saudade, só pensamos neles quando há uma falta”, explicou o idealizador do evento.

“Continuamos na busca por valorização para o interior do Estado, por nossas identidades, por uma continuidade nas produções, inclusive uma continuidade para o próprio Feciba”, complementou.

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