POLÊMICAS
Antivacina e conspirações: o ator que vai interpretar Bolsonaro no cinema
Filme sobre Bolsonaro vai ser gravado no Brasil, Estados Unidos e no México

Por Edvaldo Sales

Jim Caviezel é o ator norte-americano que vai interpretar Jair Bolsonaro no filme ‘Dark Horse’, produção que vai contar a história do ex-presidente e apresentá-lo como herói. O roteiro do longa é do ator bolsonarista Mário Frias.
O filme vai ser gravado no Brasil, Estados Unidos e no México. O projeto adota rígido esquema de sigilo e reúne um elenco internacional, além de contar com apoio declarado de Donald Trump.
Quem é Jim Caviezel?

O nome completo do ator é James Patrick Caviezel. Ele ganhou notoriedade em papéis associados a produções de forte apelo cristão e conservador. ‘A Paixão de Cristo’ (2004), dirigido por Mel Gibson, ‘Som da Liberdade’ (2023) e a série ‘Person of Interest’ (2011–2016) são alguns dos seus trabalhadores mais famosos. Ele também participou de filmes como ‘O Conde de Monte Cristo’ (2002), ‘Déjà Vu’ (2006) e ‘Linhas Cruzadas’ (2001).
Polêmicas
O ator se tornou, nos últimos anos, figura recorrente em eventos e palestras em que expôs teorias conspiratórias. Em conferências como a Health and Freedom Conference, em Tulsa, e a Patriot Roundup, repetiu narrativas que descrevem a existência de uma elite global envolvida em sequestro de crianças e extração de adrenocromo, tema frequentemente associado ao QAnon.
Em sua essência, o QAnon é uma teoria ampla e completamente infundada que diz que o presidente Trump está travando uma guerra secreta contra os pedófilos adoradores de Satanás do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa.
Seus apoiadores vaticinam que esta luta levará a um dia de ajuste de contas, em que pessoas proeminentes, como a ex-candidata presidencial Hillary Clinton, serão presas e executadas.
Jim Caviezel afirmou, em discursos, que “milhões de crianças desaparecem por ano” e citou números como “5 milhões de crianças por ano” sem apresentar referências verificáveis. Além disso, em falas sobre governos, corporações e instituições, afirmou a existência de uma “cabala satânica” responsável por controlar estruturas políticas, financeiras e midiáticas.
Caviezel chegou a classificar as vacinas contra a Covid-19 como “terapia genética” e afirmou que fariam parte de um plano de despovoamento. Em outros pronunciamentos, associou imigração, aborto e debates de gênero à ideia de uma tentativa organizada de destruir a chamada “civilização cristã ocidental”.
O filme
Dark Horse vai retratar Bolsonaro como figura central em uma narrativa de salvador nacional. Uma das sequências previstas mostra uma apresentadora de talk show tentando provocá-lo, enquanto ele responde de maneira firme.
Além de Jim Caviezel, o elenco conta com Lynn Collins, Esai Morales, Felipe Folgosi e Bianka Fernandes. As filmagens ocorrem em inglês e já registraram cenas no Memorial da América Latina, em São Paulo.
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