AUDIOVISUAL
Mostra de cinema e livro trazem produções indígenas à Bahia
Além da Mostra Competitiva, o festival apresenta também as Mostras Especiais “Minérios são lascas de céu”
Por Chico Castro Jr.
Uma janela para a potência da produção audiovisual indígena: assim pode ser definido o festival Cine Kurumin, que chega a Salvador em sua nona edição, trazendo 70 filmes com exibição gratuita a partir de amanhã, no Cineteatro 2 de Julho, que fica na sede do Irdeb (Instituto De Radiodifusão Educativa Da Bahia).
Além da Mostra Competitiva, o festival apresenta também as Mostras Especiais “Minérios são lascas de céu” – com a presença do realizador Yanomami, Morzaniel Iramari Yanomami, diretor de três filmes exibidos no festival – e “Awé - Olhares do Nordeste Indígena”, que será apresentada pelos curadores Ziel Karapotó e Bia Pankararu, que estarão no festival.
Outra mostra é “Katahirine – Constelação Audiovisual das Mulheres Indígenas” que conta com a apresentação da curadora Olinda Muniz, que também realiza workshop de Artes Indígenas.
“O Cine Kurumin atua como uma plataforma essencial para o audiovisual indígena, criando espaços interculturais que ampliam e valorizam as narrativas dos povos originários”, afirma Thais Brito, diretora e curadora do festival.
“Através do cinema e do diálogo entre diferentes cosmovisões, o festival celebra a diversidade indígena em mais de 50 filmes na programação”, conta Thais.
Com sua imensa diversidade de povos indígenas – hoje cada vez mais conectadas e com acesso às tecnologias de audiovisual e informação – o Brasil deverá ver a produção audiovisual desses povos aumentar significativamente.
“Uma janela para as imagens de povos originários, o Cine Kurumin também possibilita o diálogo intercultural com os cineastas indígenas, provocando debates sobre os filmes e as questões indígenas contemporâneas. Esse encontro cria aproximações com a realidade dos mais de 200 povos que vivem no país, somando 1,7 milhões de pessoas”, contabiliza Thais Brito.
O Cine Kurumin foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
Livro digital
Ainda sobre a questão indígena, um livro digital paradidático criado por 47 indígenas será lançado hoje na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc, em Ilhéus) para promover a diversidade e a paz nas escolas. 11.645 Indígenas e Diversidade para a Paz, publicação da Rede de Abya Yala com Amor, com realização da ONG Thydêwá, reúne indígenas de 20 povos do Brasil, três da Argentina e um do Equador, escrevendo e ilustrando.
O livro traz saberes ancestrais dos povos originários. Kadu Tapuyá, que é um dos autores, diz que “é muito importante trabalhar a temática indígena na sala de aula, já seguindo a obrigatoriedade da Lei 11.645 (de 10 de março de 2008, tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados), com isso ressaltamos a valorização da diversidade cultural, linguística e espiritual que existe no território brasileiro”.
Cine Kurumin 2024 - Festival de Cinema Indígena / Abertura: quinta-feira (17), 16h / Até domingo (20) / Cineteatro 2 de julho (R. Pedro Gama, 413 E - Federação) / Ingressos gratuitos e programação disponíveis em cinekurumin.com.br
Lançamento do livro digital “11.645 Indígenas e Diversidade para a Paz” / Hoje, 9h / Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Campus Soane Nazaré de Andrade (Rod. Jorge Amado, Km 16 - Salobrinho, Ilhéus)
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