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CINEMA

Prêmio da Academia de Hollywood pode vir para o Brasil

Cenário ocorre em uma edição imprevisível; Fernanda Torres enfrenta dura concorrência

Por Rafael Carvalho - Especial para A Tarde

02/03/2025 - 3:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Prêmio da Academia de Hollywood pode vir para o Brasil
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Em pleno domingo de Carnaval, o Oscar celebra a 97ª edição de sua histórica premiação dos melhores da indústria do cinema – majoritariamente norte-americano, com espaço para produções de alguns outros lugares do mundo. E este ano pode dar Brasil. O sucesso crescente de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, colocou sob holofotes o filme sobre o caso do ex-deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela Ditadura Militar.

O longa é hoje o mais cotado para vencer na categoria de Filme Internacional. Conseguiu ainda mais outras duas indicações: com Fernanda Torres, em Atriz, e surpreendentemente na categoria principal de Melhor Filme, um feito inédito para uma produção brasileira falada em português.

O Brasil nunca venceu um Oscar, apesar de já ter sido indicado outras quatro vezes na categoria de filme estrangeiro, com O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999). Esta última foi de fato a campanha mais bem sucedida até o momento, só perdendo para o filme atual, ambos dirigidos pelo mesmo Walter Salles.

Mais que isso, Central do Brasil era protagonizado por Fernanda Montenegro, a primeira brasileira a ser indicada ao Oscar de atuação – na ocasião acabou perdendo para Gwyneth Paltrow, uma injustiça que os brasileiros nunca perdoaram. Por isso, ao repetir o feito da mãe, 26 anos depois, Fernanda Torres passou a angariar uma torcida descomunal no Brasil, como se pode ver no enorme engajamento de brasileiros nas redes sociais de qualquer evento internacional que a atriz participe.

Sua vitória no Oscar seria vista como uma espécie de reparação histórica pela derrota da mãe em 1999. No entanto, ela enfrenta uma barreira de peso. O nome de Demi Moore, protagonista de A Substância, cresceu muito nas últimas semanas e é tida por muitos como a grande favorita na categoria.

Pesaria contra ela certo preconceito por se tratar de um filme de terror, algo que a Academia dificilmente premia. Mas a atriz tem consolidado uma narrativa sobre ter vencido o pesado ostracismo da indústria por ter sido considerada por muito tempo apenas uma sex symbol.

Torres, por sua vez, além de estar em um filme baseado em fatos reais, tem a seu favor o fator novidade, já que muitos sequer a conheciam nos Estados Unidos e se encantaram com seu desempenho como Eunice Paiva. Esta, certamente, será uma das grandes disputas da noite.

Altos e baixos

Até mesmo na categoria principal não há um franco favorito a vencer, tantos foram os títulos que pareciam mais aptos a levar para casa o tão sonhado Oscar. O Brutalista, de Brady Corbet, chegou a estar mais cotado por um tempo, especialmente depois de vencer o prêmio de Direção no Festival de Veneza ano passado – mesmo evento de onde Ainda Estou Aqui saiu premiado como Melhor Roteiro.

Mas as 3h20 de duração do filme norte-americano parece ter afastado muita gente. Corbet, no entanto, segue forte na disputa para o Oscar de direção.

Um Completo Desconhecido, a cinebiografia de Bob Dylan – mais uma! – por um tempo também foi apontada como favorita, ainda mais por ter sido mantida em segredo por muito tempo e só lançada nos meses finais da corrida. Protagonizado pelo galãzinho do momento, Timothée Chalamet, o filme tem os seus fãs, mas não conseguiu arrebatar o suficiente, apesar de Chalamet poder “roubar” a estatueta de Melhor Ator das mãos de Adrien Brody, de O Brutalista, o mais cotado a vencer hoje.

A disputa para Melhor Filme, então, tem se desenhado entre Conclave, de Edward Berger, e Anora, de Sean Baker. De um lado um thriller político que desvenda os bastidores da escolha do novo papa nos salões secretos do vaticano; por outro, a comédia dramática sobre uma stripper que se casa com um jovem russo inconsequente e ricaço e cuja família exige que eles anulem o casamento imediatamente.

O filme de Berger tem o verniz da eficiência narrativa, uma história muito bem contada, envolvente e misteriosa, cheia de segredos que vão sendo desveladas à medida que as hipocrisias da Igreja Católica também se revelam. Mas Anora ganhou os importantes prêmios dos sindicatos de Direção e de Produtores, o que coloca o filme um passo adiante na disputa. Ainda assim, nada está garantido e muitas surpresas podem aparecer no caminho. Ambos os filmes são favoritos nas categorias de Roteiro Adaptado e Original, respectivamente.

Por água abaixo

Exemplo maior de que esta edição do Oscar é uma das mais imprevisíveis e incomuns da História é o caso de Emilia Pérez, filme de Jacques Audiard. Por muito tempo tido como favorito ao Oscar de Filme Internacional e mesmo de Melhor Filme, a produção francesa (que se passa no México, mas foi toda gravada em estúdios na França, com elenco principal sem nenhum mexicano de destaque) viu suas chances minguarem depois que uma série de postagens racistas, xenofóbicas e preconceituosas de sua protagonista, a atriz trans Karla Sofía Gascón, vieram a público.

Os responsáveis pela divulgação do filme, distribuído pela Netflix mundo afora, tiveram que excluir Gascón da campanha, o que não impediu a queda de popularidade do longa. Das 13 indicações conquistadas – feito inédito para uma produção não falada em inglês –, a mais garantida é a de Atriz Coadjuvante para Zoe Saldaña (ela que é a verdadeira protagonista do filme). Sendo um longa musical, concorre também com duas canções, sendo El Mal, interpretada pela própria Saldaña, a favorita.

E na categoria de Filme Internacional, deixa as portas abertas para o Brasil, apesar de ainda poder surpreender. Para grande parte dos especialistas, no entanto, esse Oscar já é nosso. Haveria aí um gosto duplo de vitória, tanto por ter vindo de virada na campanha, como por ter um filme genuinamente latino-americano vencendo na categoria.

Motivos para comemorar nós temos de sobra, sobretudo em noite de Carnaval.

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