Caminho da Paz completa 20 anos de atividades
Peregrinos voltam para trilha no Vale do Jiquiriçá
Em meados de 2003 o médico e psicoterapeuta Antônio Presídio, fundador do Projeto Sementes e a peregrina Maria de Lourdes Nascimento resolveram se unir na realização de um sonho: criar uma trilha para meditação, reflexão e autoconhecimento.
Muitas conversas e algumas pesquisas e surgia o Caminho da Paz, que deslumbra a beleza do Vale do Jiquiriça, em 127 km de uma trilha difícil, mas de rara beleza e que hoje, 20 anos depois, é uma das mais procuradas pelos peregrinos baianos e de outros estados.
No próximo dia 29 de outubro, mais um grupo de aventureiros vai fazer o Caminho da Paz, desta vez para comemorar os 20 anos de criação dessa importante trilha que hoje serve como um dos principais desafios, para quem pretende fazer grandes peregrinações, como o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha ou o Caminho da Fé, em São Paulo.
O Caminho da Paz integra a zona turística do Vale do Jiquiriça e o marco zero é na cidade de Amargosa, a 238 km de Salvador.
Como a trilha em 2019 passou a ser administrada pela Associação Bahiana dos Amigos do Caminho de Santiago (Abacs), tudo está sinalizado e o peregrino pode fazer o caminho sozinho.
O início da trilha é na saída da Pousada do Bosque, tendo como ponto de referência a Igreja Matriz de Amargosa. No primeiro dia o destino é o Alto da Lagoinha, a 25 km, com uma altimetria de 365 metros. Nesse povoado o peregrino dorme duas noites.
O Caminho da Paz pode ser percorrido em seis dias, mas o tempo total depende de cada peregrino e do ritmo que ele empreender na caminhada. A trilha é considerada de média a alta dificuldade, especialmente pela altimetria, uma vez que existem muitos morros a serem percorridos, chegando até a 610 metros de altitude.
E essa altitude máxima se alcança no segundo dia da trilha, quando se percorre do Alto da Lagoinha até o Morrinho de São José. O percurso é curto, apenas 13 km (ida e volta), mas a altitude é grande e exige muito do corpo do peregrino.
Ao vencer esse desafio, o peregrino é presenteado com uma bela vista e a Capela de São José, se transformando num dos principais momentos de meditação do caminho.
Depois dessa visita e mais uma noite no Alto da Lagoinha, a trilha vai até a cidade de Mutuípe e na sequência Jiquiriça, Ubaíra e finalmente, após seis dias de aventuras, a chegada na Pousada Thea, o antigo Projeto Semente, que deu início ao Caminho da Paz.