Mochila ensina a peregrino a praticar o desapego
Levar na bagagem só o essencial para a trilha Levar na bagagem só o essencial para a trilha
Normalmente quando a gente vai viajar, a primeira coisa que fazemos, depois de escolher o destino, é preparar as malas. Isso mesmo. Malas, no plural, pois o que mais a pessoa quer levar é bagagem.
Uma roupa para cada dia, para as festas, para a praia, além de sapatos, bolsas, casacos e tudo para uma combinação perfeita e que nos deixe bonita agradando a todos.
Mas, quando você vai fazer uma peregrinação, ou uma longa caminhada, o seu pensamento é exatamente o oposto, pois o que você começa a aprender é que quanto menos bagagem levar, mais leve você fica e sua caminhada vai se tornar mais agradável.
Preparar uma mochila para peregrinação é o começo da busca pelo desapego. Nem sempre o peregrino começa sua trilha sabendo tudo o que é necessário levar para o caminho.
Normalmente o aprendizado vem com as experiências adquiridas. Ensinam os especialistas ou tarimbados em trilhas, que a mochila deve pesar, no máximo, 10% do peso de quem a carrega. Isso não é uma lei, mas é uma importante dica que deve ser seguida pelo peregrino.
Os marinheiros de primeira viagem, que não buscam as informações iniciais, geralmente enfrentam problemas de peso excessivo nas mochilas e isso, com certeza vai gerar dores musculares e até problemas mais sérios.
Nos principais albergues ao longo dos caminhos é comum encontrar serviços de despacho de bagagens ou até depósitos para doações de diversos materiais descartados pelos peregrinos, que não suportaram o peso das mochilas e tentam se livrar do que eles acham, agora, supérfluo.
Mas, o que levar numa mochila, quando se vai fazer uma peregrinação? No meu caso particular, posso dizer que ainda estou aprendo a preparar uma mochila, pois já errei duas vezes nas caminhadas. A primeira, no Caminho da Fé, quando levei até roupa social.
A segunda, no Caminho de Santiago de Compostela, quando, mesmo pesando 66 kg resolvi levar uma mochila com 8 kg, para percorrer 250 km, com ela nas costas. O máximo que podia levar era 6,600 kg. Essa diferença de 1,400 kg altera muito o resultado final da caminhada e pode provocar muitas dores lombares, por exemplo.
Para meu próximo desafio, novamente o Caminho da Fé (300 km), a partir do dia 10 de dezembro, já está decidido que a mochila terá o básico e extremamente necessário para a peregrinação.
Trabalhar o desapego é a maior lição quando o peregrino está fazendo a sua mochila. Afinal de contas, o interesse é uma caminhada de meditação, de autoconhecimento ou de simples isolamento.
Portanto, desta vez estarei levando apenas duas calças/short (elas são separadas por zíper), três camisetas; três peças intimas; dois tops; duas meias; uma leg; um pijama; uma toalha de secagem rápida; um corta vento; capa de chuva e uma papete.
Não podemos esquecer que na necessaire só o essencial: sabonete, pasta, escova, desodorante, protetor solar, labial e de rosto (tudo em quantidade mínima). Com relação a lista de equipamentos eletrônicos, leve apenas o que vai usar e que for extremamente necessário.