Bolsa Família: até quando seremos cúmplices dessa escravidão moderna?
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A Constituição Federal, em seu artigo 203, assegura a assistência social a quem dela necessitar, sem exigir contribuição prévia à seguridade social. Esse princípio é fundamental para garantir dignidade a pessoas em situação de vulnerabilidade. No entanto, o que deveria ser um suporte temporário se transformou em um mecanismo de controle político e perpetuação da pobreza, mantendo milhões de brasileiros reféns do assistencialismo estatal.
O problema não está na existência do Bolsa Família, mas na ausência de um plano claro para que seus beneficiários consigam, de fato, sair dele. O Estado, em vez de promover autonomia e desenvolvimento, estimula uma mentalidade de dependência, enquanto impede avanços reais no salário mínimo por questões fiscais. Se há dinheiro para ampliar benefícios assistenciais, por que não há para aumentar significativamente o salário mínimo e melhorar as condições do trabalhador?
Se o Estado se beneficia dessa dependência, o que explica o silêncio da sociedade civil organizada e das instituições que representam a classe produtiva? Onde estão os que deveriam estar exigindo reformas estruturais que garantam emprego, desenvolvimento econômico e a libertação da população desse sistema perverso?
O Brasil tem um setor produtivo forte, mas que, muitas vezes, prefere negociar com o governo vantagens pontuais em vez de liderar um movimento real de transformação. As grandes entidades empresariais assistem passivamente à degradação da consciência cidadã, enquanto o cidadão que trabalha e paga impostos carrega sozinho o peso de sustentar um modelo que não se sustenta.
É hora de romper com esse modelo falido. A nova filosofia social e política que precisamos adotar é a da Consciência Cidadã Participativa Transformadora.
• A classe produtiva precisa sair da inércia e exigir políticas que incentivem o trabalho, a geração de empregos e a autonomia dos cidadãos.
• As entidades da sociedade civil devem abandonar o discurso politicamente conveniente e assumir um papel ativo na construção de uma cultura de cidadania responsável.
• Os cidadãos que trabalham e pagam impostos precisam entender que o Estado não é um provedor divino, mas uma estrutura sustentada por eles – e que, se nada for feito, continuarão pagando a conta da ineficiência governamental.
O Brasil só será verdadeiramente livre quando sua população compreender que nenhuma nação se desenvolve às custas do assistencialismo eterno. A única saída é o desenvolvimento da Inteligência Cidadã, uma nova forma de pensar a política e a sociedade, que nos permita abandonar a mentalidade de dependência e assumir a responsabilidade da nossa própria transformação.
Se não agirmos agora, seguiremos deixando o caminho livre para que esta verdadeira escravidão moderna se perpetue. E não seremos apenas cúmplices dela. Pior do que isso, seremos também as vítimas desse modelo ineficiente que limita o avanço social e econômico.
A mudança está ao nosso alcance e participar de iniciativas como o Movimento Via Cidadã é um caminho consistente neste sentido.
Vamos abraçar esta causa e juntos transformar o nosso país?
Ainda há tempo. Pau na Máquina!