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ACB em Foco

Por Paulo Cavalcanti*

ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 30 de julho de 2025 às 1:02 h | Autor:

Momento de união, inteligência e responsabilidade nacional

Confira a coluna desta quarta-feira

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Paulo Cavalcanti, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia
Paulo Cavalcanti, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia -

Na última segunda-feira (28), assumi a presidência do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia (ACB) com o mesmo senso de responsabilidade que me guiou por dois anos à frente da presidência executiva desta bissecular instituição. Ao lado da nova presidente Isabela Suarez — uma liderança preparada, sensível e determinada — celebro este novo ciclo com a firme convicção de que o país exige, mais do que nunca, maturidade cidadã e institucional, coesão e visão de longo prazo.

Enquanto mudamos a guarda na ACB, o Brasil enfrenta uma crise sem precedentes em sua relação com os Estados Unidos. A taxação de 50% sobre produtos brasileiros não é apenas uma questão comercial: é um sintoma da nossa falta de clareza estratégica, da ausência de um projeto consistente de inserção internacional e, igualmente grave, da infantilização do debate público, que tem tratado a geopolítica como uma disputa de torcidas.

É preciso dar um basta à paixão cega, à política de memes e à polarização estéril. O mundo vive tensões crescentes, com riscos reais de conflitos armados de grande escala. Nesse cenário, o Brasil segue errático, sem compreender o próprio tamanho, seja no campo comercial, diplomático ou geográfico.

Democracia não é um sistema autossustentável. Ela depende, essencialmente, de um povo amadurecido, consciente do seu papel e preparado para exercê-lo com discernimento. A maioria da população brasileira não teve acesso à educação cidadã. E isso fragiliza nossa democracia desde a base.

O sistema pluripartidário foi criado para servir ao povo, e não o contrário. Mas, por imaturidade cidadã, passamos a nos dividir como se só existissem dois times rivais, como se não fôssemos capazes de fazer escolhas responsáveis baseadas em propostas próprias ou livres para outras alternativas. O cidadão precisa aprender a interpretar, a distinguir o que é um discurso falacioso — venha ele de quem vier — e a desenvolver uma leitura crítica, e não apenas reativa ou passional.

Durante a cerimônia de posse, fui abordado por empresários, jornalistas e lideranças. Todos perguntavam sobre a crise com os EUA, sobre a nova taxação, sobre os rumos do país. Essa inquietação é legítima e necessária. Mas só haverá respostas se estivermos unidos: empresários, confederações, sindicatos, universidades, imprensa, movimentos sociais. Vozes diferentes, sim. Mas com uma pauta comum: um projeto nacional de longo prazo.

Criei a Fundação Paulo Cavalcanti com esse propósito: despertar o sentimento de pertencimento, estimular o raciocínio crítico e formar cidadãos com autoestima cidadã, capazes de compreender que o título de eleitor que carregam é, em essência, uma fração concreta de poder constitucional.

É hora de assumirmos essa fração. De deixarmos de terceirizar a culpa e o futuro. O Brasil tem um dos maiores mercados internos do planeta, mas seguimos sendo tratados como colônia, disputados por potências globais como se ainda não tivéssemos voz própria.

Educação é prioridade, sim! Mas não qualquer educação. Falo da educação cidadã. Aquela que nos tira do piloto automático e nos reconecta com o país real e seus desafios. Aquela que ensina a discernir, a participar, a exigir e a construir. Nós merecemos ser uma potência por mérito próprio. Por nossos filhos, por nossos netos e por amor à nossa história.

*Paulo Cavalcanti, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia

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