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ACB em Foco

Por Redação

ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 07 de maio de 2025 às 3:30 h | Autor:

O avanço da criminalidade e a urgência da consciência cidadã participativa transformadora

Confira a coluna desta quarta-feira

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Paulo Cavalcanti, presidente da Associação Comercial da Bahia
Paulo Cavalcanti, presidente da Associação Comercial da Bahia -

O Brasil atravessa uma crise de segurança sem precedentes. E já não é apenas uma crise de segurança pública. É, sobretudo, de ordem jurídica e civilizatória. A criminalidade deixou de agir apenas nas sombras e passou a ocupar territórios, fornecer serviços, ditar regras e até mesmo coibir a atuação do próprio Estado e de organizações formalmente constituídas. Em diversas cidades do País, o cotidiano antes organizado pela polícia, Justiça e órgãos públicos, agora está sob controle de facções cada vez mais poderosas. O crime organiza, regula e explora serviços como conexão de internet e TV, gás de cozinha, postos de combustível, comércio e energia elétrica. Não por acaso, estamos frequentemente nos deparando com desabafos de cidadãos nas redes sociais, como o caso recente de um influenciador digital de Salvador, que passam a ter seus direitos ditados por determinadas facções que controlam regiões inteiras.

Se o bairro foi tomado, as escolas públicas — normalmente localizadas nessas mesmas regiões — também foram. Ambientes imprescindíveis para a formação de cidadãos, agora são pressionadas a conviver com códigos paralelos e valores criminosos, servindo como incubadoras da submissão ao tráfico e à lógica da violência. A gravidade aumenta quando nos deparamos com a incapacidade do próprio Estado de promover a retomada desses territórios, seja em razão de entraves legais, decisões judiciais complexas ou dificuldades operacionais diante do risco de confronto. Em alguns casos, o discurso da proteção de direitos humanos é instrumentalizado como escudo para a inação, o que acaba distorcendo seu verdadeiro sentido: a defesa da vida, da liberdade e da dignidade para todos, inclusive das comunidades reféns do crime. Facções declaram guerras entre si, disputam regiões e formam seus “governos paralelos”. Em meio a esse cenário, surge um paradoxo cruel: o cidadão, o trabalhador formal e o empresário legalmente constituído enfrentam um ambiente cada vez mais hostil, são sufocados por altíssima carga tributária e por rigorosos órgãos fiscalizadores, enquanto o crime organizado desfruta de relativa liberdade para explorar, cooptar e subjugar.

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Diante dessa crise, representantes das entidades produtivas de todo Brasil demonstram profunda preocupação e, com razão, são cobrados por seus associados por atitudes concretas. A sensação de abandono e impotência cresce entre aqueles que produzem, geram empregos e mantêm a economia girando dentro da legalidade. Porém, não é hora de ações isoladas ou de discursos fáceis. A resposta para esta inquietação passa pela união consciente e determinada. Este é um tema suprapartidário, que está acima de ideologias ou segmentos econômicos. O avanço da criminalidade é pauta de nação que exige convergência, responsabilidade e ação coletiva das instituições públicas, privadas e da sociedade civil organizada. É hora de nos unirmos em torno do que é certo, legal e justo. Não podemos normalizar o absurdo. Afinal, resgatar a ordem, proteger nossas escolas, nossos bairros e garantir a liberdade e a segurança para todos os brasileiros é da nossa conta, sim. A Associação Comercial da Bahia reafirma o seu compromisso com esta luta e conclama todas as entidades irmãs, lideranças e autoridades responsáveis a se unirem nesta missão inadiável. Não há mais espaço para a omissão. O Brasil que respeita suas leis e sustenta a democracia precisa reagir. O Estado não pode ser cúmplice da barbárie.

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