Segurança Pública na pauta empresarial
A população baiana está cada dia mais amedrontada com o visível crescimento no número de roubos a transeuntes, transportes coletivos e estabelecimentos comerciais. A sensação é de violência generalizada contra os cidadãos, afetando também o ambiente de negócios do estado que, com isso, tem obrigado os empresários a investirem maiores recursos em serviços de segurança privada.
Diante deste cenário, a Associação Comercial da Bahia (ACB) e o Conselho Consultivo das Entidades Empresariais da Bahia (Consempre), estão mobilizando líderes empresariais, gestores públicos e entidades jurídicas em busca de propostas proativas e objetivas que permitam segurança para a população e um ambiente saudável para o exercício das atividades empresariais, fonte de produção de riqueza, em atendimento à função social da empresa e aos princípios da ordem econômica constitucional.
“Estamos em um estado de emergência e soluções imediatas precisam acontecer para reverter essa situação, temos que somar todas as forças nessa direção”, analisa Luiz Henrique do Amaral, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel/BA).
Além de medidas como aumento no número de policiais, patrulhamentos nas ruas e compartilhamento de câmeras de monitoramento, uma efetiva redução nos índices de criminalidade só será possível com projetos inovadores e inteligentes, fáceis de serem implantados e que promovam a interação com a comunidade.
Neste sentido, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Jequié (ACIJ), Hugo Brito, diz que a entidade também está mobilizada para encontrar soluções para coibir o aumento nos números dos arrombamentos a estabelecimentos comerciais e outros delitos. “A nossa função é buscar as forças de segurança para dialogar ações compartilhadas em prol da segurança da classe empresarial. A nossa função não é garantir a segurança, mas provocar mobilização em busca de soluções adequadas”, indica.
Como avalia Edson Piaggio, presidente regional na Bahia da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), embora de grande importância, apenas o uso da tecnologia não vai garantir o processo de melhorias na segurança pública. “Não adianta a polícia prender os criminosos e logo adiante a Justiça mandar soltar. Por isso, o nosso movimento tem que buscar também mudanças na legislação”, sugere.
Com isso, as entidades estão organizando um encontro no dia 25 de maio, na sede da ACB, no bairro do Comércio, reunindo representantes das entidades empresariais, da Secretaria de Segurança Pública, das Polícias Civil e Militar, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dentre outros, para debaterem coletivamente propostas que garantam a melhoria da segurança pública da Bahia.
“Precisamos nos reunir e debater com pessoas dispostas a buscar soluções. A situação está cada vez mais preocupante, a violência cada dia mais próxima da nossa porta e não podemos ficar de braços cruzados”, justifica o advogado José Luis Sobreira, que integra o Núcleo Jurídico da ACB.
Segundo Paulo Cavalcanti, vice-presidente e coordenador do Núcleo Jurídico da ACB, a entidade mantém o Grupo Especial de Defesa da Função Social da Empresa (GEDE), criado justamente para promover aproximação entre os empresários baianos e as entidades públicas. “Já estamos próximos e dialogando com as forças policiais. Agora o momento é de ampliar o debate e criar uma comissão formada pelas instituições públicas e a sociedade civil organizada, buscando ações integradas que permitam soluções imediatas”, complementa.