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ACB em Foco

Por Paulo Cavalcanti, presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB)

ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 23 de outubro de 2024 às 3:00 h | Autor:

Só com a consciência e a união da classe produtiva transformaremos o Brasil

Confira a coluna ACB em Foco

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Paulo Cavalcanti é o presidente da  Associação Comercial da Bahia (ACB)
Paulo Cavalcanti é o presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB) -

Nós, empresários brasileiros, por essência, somos competitivos, estratégicos, mestres em planejamento e liderança. Mas precisamos desenvolver a consciência e a união se realmente quisermos voltar a ter valor e voz para. Só assim, enfrentaremos o grande desafio de recuperar a nossa capacidade de influenciar as diretrizes da política pública nacional e garantir um futuro mais promissor para o Brasil.

Não nos faltam exemplos das vantagens de se agir com unidade e propósitos comuns. Inclusive na própria classe política brasileira que, apesar das acirradas disputas partidárias, que podem culminar em discussões acaloradas e até mesmo em cadeiradas, se unem rapidamente quando se trata de aprovar seus benefícios, como “orçamentos secretos”, bilhões de reais para fundos eleitorais ou o perdão de suas dívidas, incluindo as tributárias e trabalhistas. Independentemente de ideologias ou cores partidárias, sabem como deixar as divergências de lado para alcançar objetivos comuns.

E quanto a nós, empresários? O que estamos conquistando enquanto classe, além de aumento de impostos, falta de investimentos em infraestrutura básica como energia, ferrovias, portos e aeroportos, isso sem contar a desvalorização e demonização de nossas atividades?

Não se enganem: se isso acontece, certamente é porque estamos desarticulados e até mesmo divididos. Nos acostumamos a ver cada segmento olhar para seus próprios interesses, esquecendo que, quase sempre, os desafios são coletivos. Trata-se de um isolamento que nos enfraquece, ocupando um ambiente que deveria ser de força e união.

Precisamos enxergar que o verdadeiro protagonismo é coletivo. Por isso mesmo, defendo que a palavra “protagonista” deve refletir uma visão mais ampla, menos centralizadora e mais participativa, englobando todos que atuam coletivamente. Assim, o protagonismo será exercido por todos os empresários, em todo o Brasil. Uma construção coordenada, onde todos sintam-se engajados para garantir que nossas demandas, independentemente de segmento, sejam ouvidas e atendidas.

O momento indica que devemos deixar o individualismo de lado e compreender que, juntos, somos uma força imbatível. Se queremos reduzir a insegurança jurídica e o custo Brasil, melhorar as relações internacionais, influenciar a política de juros e garantir incentivos à indústria, ao comércio, aos serviços e a todos os demais setores produtivos, precisamos agir como um bloco coeso.

A classe empresária precisa se associar, se organizar e se articular não apenas para cuidar de seus negócios de maneira individualizada, mas para lutar por um ambiente econômico e político que favoreça o desenvolvimento de todos.

A consciência e a união compõem o caminho para reverter o cenário de descaso com as nossas necessidades. Não podemos seguir transferindo responsabilidades e acreditando que não temos nada a ver com isso. Afinal, a transformação do Brasil é da nossa conta, sim!

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