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Por Jornalista l [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 22 de abril de 2017 às 10:00 h | Autor: Jornalista l [email protected]

Balanço pré-Ba-Vis

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O Campeonato Baiano chega à sua reta final sem surpresas, com Ba-Vi na final (Não! O Fluminense não tem qualquer chance de virar sobre o Bahia, hoje. Sim, o Vitória da Conquista pode aprontar no Barradão amanhã, mas seria Ba-Vi na final de qualquer jeito, não?). Cá entre nós, não me interessa nem um pouco o desfecho do torneio com o milionésimo título do Tricolor ou do Rubro-Negro, ainda que os clássicos sempre empolguem. O ponto desta coluna aqui é analisar o fracasso absoluto que é o Baianão para os outros nove clubes envolvidos.

Vou começar até pelos pontos positivos (sim, eles existem!), para contrabalançar o que virá em seguida. O primeiro deles é a fórmula enxuta, ainda que eu ache que 11 datas para a 1ª fase seja ainda um número alto. Ponto para o esforço da Federação em reduzir o número de participantes nos últimos anos, assim como por ter deixado o torneio mais simples de entender. O outro aspecto positivo é a melhoria da qualidade dos estádios e seus gramados. Não temos ainda palcos de excelência, mas é muito bom ver que os campos de Juazeiro, Vitória da Conquista e Feira de Santana, nossos principais polos fora da capital, têm hoje condições muito boas de receber qualquer jogo de futebol. Mais um parabéns à FBF.

Mas os elogios param por aí. Todo o restante do centenário campeonato é falido e precisa ser urgentemente repensado. Sempre houve uma distância grande entre a dupla Ba-Vi e os outros clubes, mas hoje o que há é um intransponível abismo, sem qualquer perspectiva de mudança a curto e médio prazos. Seguimos sem clubes nas Séries B e C, e só participamos da 4ª Divisão porque as vagas são cativas. Jamais uma equipe do Estado conseguiu ascender da Série D desde sua criação.

Sem competitividade, qual atrativo tem o torneio? Os Ba-Vis? Porque nem mais as visitas de Bahia e Vitória às cidades do interior representam lá grandes coisas, visto os pífios públicos dos jogos de ida de semifinal em Conquista (3.619 em um estádio para 10 mil pessoas) e em Feira de Santana (4.471 para 13 mil lugares). Ah, há as vagas na Copa do Nordeste! Mas, alto lá, com a mudança de regulamento do Nordestão, em 2019 o ranking da CBF vai colocar Bahia e Vitória todo ano na competição e, com muita boa vontade, um baiano terá que disputar um pré-torneio para conseguir um posto entre os 16 clubes. Mais um problema por vir...

A média de público da 1ª fase, sem o Ba-Vi, foi de 1.873 pagantes, em 54 jogos. Em 29 destas partidas a renda líquida foi negativa, com prejuízo para o clube mandante, que nem conseguiu pagar os custos operacionais do evento. A média de ‘lucro’ por duelo foi de R$ 5.825,74. Flamengo de Guanambi (864), Juazeirense (469!!!) e Bahia de Feira (732) tiveram média de público inferior a mil pagantes por jogo, numa matemática que salva equipes como Galícia e Atlântico graças às rodadas duplas em Pituaçu.

Juazeirense (- R$ 9.898,92), Atlântico (-R$ 26.451,80) e Galícia (-R$ 10.577,58) tiveram renda líquida negativa. Aliás, sem o Ba-Vi, o Bahia teve caixa negativo de R$ 299.625,95 para jogar a 1ª fase do Baianão (inho?), por conta do alto preço operacional da Arena Fonte Nova (que é, na verdade, quem fica com o prejuízo, por conta do acordo anual com o Tricolor). O Vitória lucrou R$ 235.021,73.

Diante desses números, vale a pena entrar no assunto ‘qualidade técnica da competição’? Melhor ficar por aqui. Morto-vivo, o Campeonato Baiano, como boa parte dos estaduais Brasil a fora, precisa de uma injeção anti-zumbi, urgentemente!

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