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Por Jornalista l [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 06 de maio de 2017 às 10:06 h | Autor: Jornalista l [email protected]

Quatro meses no lixo

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O momento é de disputa de títulos e, normalmente, as atenções de todos ficam voltadas para os troféus, numa espécie de esquecimento coletivo da realidade e do que importa de verdade quando o assunto é futebol baiano. Por que ao invés de focar em quem vai levantar o Baianão-zumbi pela enésima vez, deveríamos questionar como Bahia e Vitória (e até mesmo os clubes que jogarão a Série D) aproveitaram este início da temporada 2017? A resposta, desculpem-me aqueles que ainda se empolgam com os estaduais (e até mesmo com a 'meeira' Copa do Nordeste), é que foram quatro meses jogados no lixo.

O Bahia terminou 2016 com uma boa base, mas chegará ao início do Brasileirão, no próximo domingo, com uma equipe, no máximo, no mesmo patamar do que aquela que conseguiu o acesso. Trocou Muriel por Jean, Moisés por Armero e Luiz Antônio por Edson. No balanço, ficou praticamente na mesma. 'Perdeu' Cajá, a versão Zé Rafael de 2016. Inconsistente, o futebol de Allione não é o suficiente para garantir um 'upgrade' considerável ao time, que segue organizado, mas cheio de carências.

As tão faladas “contratações pontuais” falharam. Maikon Leite é a 20ª opção do técnico Guto Ferreira para o ataque. E ainda que Gustavo seja hoje melhor do que o lesionado e pouco produtivo Hernane, o resultado em campo desta diferença é mínimo. Para piorar, Juninho ainda não encontrou sua função em campo em 2017. No mais, Éder é mais lateral direito que Eduardo e Juninho Capixaba seria, no máximo, um razoável 2º reserva na ala esquerda.

No Vitória, a situação é ainda pior. O atual time foi formado de maneira totalmente equivocada, a começar pela manutenção, a contragosto da própria diretoria (mas como?!!! mas foi...), do técnico Argel Fucks. O clube trouxe um caminhão de jogadores, alguns tarimbados, mas todos com algum nível de risco na contratação, fosse pela idade ou pelo histórico de lesões. Além disso, não se priorizou um equilíbrio do elenco, sobretudo em relação à filosofia de jogo do treinador, que sempre postou seus times para atuar em contra-ataques, mas ganhou de presente atletas com mais características de cadenciar as ações do que de velocidade.

Não fosse pela solidez do trio formado por David, Willian Farias e Kanu, e pelo bom jogo aéreo ofensivo nas bolas paradas, o resultado em campo poderia ser ainda pior. Desorganizada e pouco entrosada, a equipe tem muitas dificuldades para penetrar defesas razoavelmente postadas e que trabalham com todos os homens atrás da linha da bola. E mesmo com contratações e um técnico com capacidade para executar ideias mais flexíveis, esse panorama não deve mudar para o Brasileirão.

Muito bem servido no gol, as laterais são uma lástima em termos defensivos. Na zaga, nem Alan Costa nem Fred estão a altura de Kanu. O pulmão, raça e categoria de Willian Farias são insuficientes para fazer o meio de campo funcionar, ainda mais com Cleiton Xavier com fôlego para atuar apenas em meio tempo. Fica a esperança do ataque, que além de David, tem em André Lima um centroavante funcional e em Kieza, quando em forma e sem lesões, um móvel goleador, capaz também de puxar contra-ataques.

Juntando prós e contras, as perspectivas da dupla Ba-Vi para o Brasileirão não são boas. A tendência é que ambos briguem para não cair, confiando muito mais de que haverá times piores que eles entre os 20, do que na superação do que foi apresentado neste frustrante primeiro quadrimestre. E que vença o melhor no domingo, ainda que sem nenhuma valia.

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