Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > ARMANDO AVENA
COLUNA

Armando Avena

Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado Thursday, 03 de October de 2024 às 4:00 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

A VLI (leia-se Vale) tem de manter a ferrovia

Confira a coluna de Armando Avena

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem A  VLI (leia-se Vale) tem de manter a ferrovia
-

As lideranças políticas e empresariais da Bahia precisam estar presentes na audiência pública que vai ser realizada no próximo dia 18 de outubro para discutir a renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) pela empresa VLI – Valor da Logística Integrada, controlada pela Vale, há 28 anos.

A Bahia precisa estar presente para dizer que não aceita a proposta da que a VLI apresentou e que está sendo discutida na ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, pois ela terá um impacto extremamente negativo para a nossa economia com a devolução de trechos ferroviários que era de responsabilidade da empresa e que ela deixou se deteriorar ao longo de anos de incúria administrativa.

A VLI está propondo a devolução do trecho ferroviário ligando Corinto a Campo Formoso. Isso não pode acontecer sob pena de desestruturar todo o planejamento ferroviário da Bahia que se fundamenta na operação de dois corredores ferroviários: corredor Oeste/Leste, com a FIOL – Ferrovia de Integração Leste Oeste, e o corredor Nordeste/Sudeste, com a FCA – Ferrovia Centro Atlântica.

A proposta da FCA de devolver essa linha mediante uma indenização não divulgada aventando a suposição de que um novo operador venha assumir a ferrovia é uma proposta furada que vai contra os interesses da Bahia e vai prejudicar as empresas baianas que ainda hoje utilizam o trecho, ainda que de forma precária.

A hipótese de um novo operador se interessar pelo trecho Corinto/Campo Formoso é remota, até porque o trecho está deteriorado necessitando investimentos tão significativos que dificilmente haveria interessados. Por outro lado, a paralização do trecho até que se licite um novo operador inviabilizaria definitivamente a linha. A FCA acena com a possibilidade de continuar operando o trecho até encontrar novo operador, mas isso parece história da carochinha, ou alguém acredita que a VLI vai operar uma ferrovia com um mínimo de eficiência sabendo que vai entregá-la a um novo concorrente logo adiante. Essa proposta é mais uma tentativa da VLI de engabelar a Bahia.

Em poucas palavras: A Bahia não aceita a devolução do trecho Corinto/Campo Formoso, pelo contrário, exige da ANTT e do Tribunal de Contas da União que a renovação da concessão global da linha, que envolve outros estados, só seja feita se incluir o trecho que corta nosso território e que na proposta estejam previstas despesas de capital (Capex) que incluam investimentos na modernização do trecho. A proposta da VLI já é absurda, pois pretende devolver 30% da linha que corta o país, sendo que 14% dos trechos descontinuados são em território baiano.

Está previsto na proposta que as linhas que ligam a cidade de Senhor do Bonfim a Petrolina e Alagoinhas a Propriá, que foram abandonadas pela VLI embora estivessem sob sua guarda, sejam devolvidas. Pode-se até aceitar esse ponto, desde que seja estabelecida uma indenização justa e que esses recursos e outros investimentos tenham garantia de que serão aplicados na recuperação e modernização da linha Corinto/Campo Formoso, com cronograma anexo, e que esteja previsto no médio prazo uma ligação que leve a ferrovia até Salvador, segundo os projetos existentes.

O plano ferroviário da Bahia prevê a construção de todos os trechos a Fiol, ligando Ilhéus a Mara Rosa em Matogrosso e que o Porto Sul entre em operação. Prevê também algum grau de interseção com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que assegure que as cargas cheguem aos portos da Baía de Todos os Santos. Se a VLI devolver o trecho Corinto/Campo Formoso estará prestando um desserviço à Bahia e prejudicando o futuro do nosso estado. Por tudo isso, a Bahia não pode aceitar a devolução pura e simples da única ferrovia que neste momento está em operação no seu território, ainda que de forma precária.

Assuntos relacionados

ferrovia VLI

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco