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Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 18 de dezembro de 2025 às 1:15 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

Esporte Clube Bahia: futebol e finanças

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Imagem ilustrativa da imagem Esporte Clube Bahia: futebol e finanças
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Sob o ponto de vista do futebol, o Esporte Clube Bahia teve um ano bom. Venceu o Campeonato Baiano, foi campeão da Copa do Nordeste e terminou o Campeonato Brasileiro em 7º lugar, conquistando uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Foi um bom ano, mas ainda insuficiente quando observado sob o ponto de vista financeiro que o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) precisa.

O modelo de SAF adotado pelo Bahia, sob controle do City Football Group, exige o funcionamento simultâneo de três pilares: desempenho esportivo consistente, capaz de gerar premiações e valorizar o elenco; venda de jogadores como principal mecanismo de equilíbrio financeiro; e uma receita fixa composta por cotas de TV, patrocínios, sócio torcedor, bilheteria, licenciamento e marketing.

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Como foi o comportamento desses três pilares em 2025? O desempenho esportivo gerou para o clube R$ 46,1 milhões em premiações, o quinto melhor do país. Com relação à venda de jogadores, o Bahia já arrecadou cerca de R$ 250 milhões em transferências, com destaque para operações como a venda de Lucho Rodríguez (aproximadamente R$ 140 milhões à vista), Biel (cerca de R$ 48 milhões) e Tiago, negociado com o Orlando City. O Bahia começa a se inserir, ainda que de forma incipiente, no circuito internacional de valorização e exportação de atletas — condição indispensável para a sustentabilidade da SAF.

O terceiro pilar é a receita fixa. Embora tenha crescido, ela ainda não é suficiente para sustentar, sozinha, a atual estrutura de custos do clube, especialmente a folha salarial inflada pelo novo patamar competitivo. Isso significa que, mesmo com boas premiações e vendas relevantes, o Bahia ainda opera próximo do limite, dependendo de resultados esportivos e negociações bem-sucedidas para fechar o balanço anual.

Mas o time está no caminho certo e 2025 deve ser lido como um ano de estabilização. Provavelmente, o Bahia fechará o ano com um prejuízo pequeno, mas muito distante do déficit expressivo de 2024. Está de acordo com o projeto do City, que aceita prejuízos controlados no curto prazo, desde que haja evolução esportiva, valorização de ativos e crescimento gradual da receita fixa.

Mas o ano decisivo é 2026. A participação na fase de grupos da Libertadores tende a elevar tanto as premiações quanto a visibilidade internacional do elenco. Se o Bahia conseguir ser mais competitivo e combinar uma campanha continental de peso, com a manutenção de competitividade no Campeonato Brasileiro e ao menos uma grande venda de jogador, poderá, pela primeira vez, desde a SAF, atingir o equilíbrio financeiro real e até registrar lucro operacional.

Mas para isso, e aí sai o economista e entra o torcedor, precisa ter um time que demonstre garra em campo, que saiba fazer gol e que não dê caruara quando entrar no Maracanã lotado. Será precisa contratar jogadores de alto nível e que o técnico – que pode até ser Rogério Ceni que faz um bom trabalho – seja capaz de injetar autoestima nos jogadores e exigir garra e que eles defendam o Bahia com alma e vontade, pois estão defendendo milhões de torcedores.

O arcabouço perdeu de goleada

E já que o tema é futebol, é preciso dizer que o arcabouço fiscal está perdendo de goleada. Mas não houve crise fiscal em 2025, como este economista previu. Em 2026, apesar dos solavancos, normais em períodos eleitorais, tampouco haverá problemas graves no âmbito fiscal. Mas é preciso registrar que o arcabouço fiscal do Ministro Haddad virou uma peça de ficção, afinal nos últimos 4 anos R$ 170 bilhões foram excepcionalizados e não registrados no déficit contas públicas por vários motivos. A questão fiscal terá de ser revista e será preciso agir para cortar despesas constitucionais obrigatórias. Mas não em 2026 que é ano de eleição, agora só 2027.

Então, é Natal

O Natal não será de extravagâncias, mas também não será de crise. A taxa de desemprego está baixa e isso estimula o consumo. A inadimplência está alta, mas o famoso parcelamento “sem juros” permite, pelo menos, planejar os gastos. Estima-se um crescimento de 2% nas vendas em relação ao ano passado, mas pode ser mais. Estamos em plena desaceleração da economia e do comércio, por causa da alta taxa de juros, e o crescimento nas vendas traz um desafogo aos varejistas. E para o consumidor, apesar do alto custo de acesso ao crédito, o apelo pelas compras no Natal é forte. No mais, desejo um Feliz Natal a todos e aproveito para fazer um pequeno recesso nas duas próximas semanas.

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