Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > ARMANDO AVENA
COLUNA

Armando Avena

Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado Thursday, 13 de June de 2024 às 0:00 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

O oeste e a Bahia Farm: oportunidades e desafios

Confira a coluna do economista Armando Avena

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem O oeste e a Bahia Farm: oportunidades e desafios
-

A Bahia é uma potência do agronegócio e o PIB do setor alcança quase R$ 100 bilhões, cerca de 25% do que o estado produz. É um montante maior do que o PIB total de vários estados do Nordeste. E a Bahia Farm Show, que começou na última segunda-feira na cidade de Luiz Eduardo Magalhães, é um símbolo da força e da pujança da região Oeste da Bahia. É a maior feira do agronegócio no Norte-Nordeste e uma das maiores do Brasil e deve gerar cerca de R$ 9 bilhões em negócios.

O oeste da Bahia é o principal polo produtor do Matopiba, formado pela área de cerrado dos estados de Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia, e já responde por 50% do total produzido nesta região. Nove entre os 100 maiores municípios agroindustriais do Brasil estão na Bahia e dois deles – Formosa do Rio Preto e São Desidério – estão entre os 10 maiores municípios produtores de grãos do Brasil. São Desidério está no top 5. Com esse potencial não há dúvida que a Bahia Farm Show vai ser um sucesso, mas é preciso estar atento à realidade do oeste, pois aí existem enormes potencialidades, mas também desafios.

Parafraseando Pero Vaz de Caminha, nos cerrados da Bahia em se plantando tudo dá, mas com irrigação. E não apenas soja, algodão ou milho, a região já produz café, arroz, fruticultura e feijão e já está sendo considerada a nova fronteira econômica do cacau. Em termos econômicos, a região vai bem, apesar da queda dos preços das commodities, que é um movimento conjuntural. Em 2024, a produção de soja deverá ter uma pequena queda, mas deve chegar a 7,5 milhões de toneladas. A produção de algodão terá aumento de 1,3% e a safra de milho terá uma queda em torno de 20%. Tudo dentro do esperado, afinal, o ano de 2023 foi de produção recorde e a safra de 2024 será menos expressiva.

Em relação à infraestrutura, a disponibilidade de energia, gargalo mais citado na última edição da feira, está sendo resolvido com uma ação mais efetiva da Neoenergia/Coelba. Mas outras demandas são importantes, a exemplo da viabilização mais rápida dos aeroportos de Barreiras e de Luiz Eduardo Magalhães e dá maior celeridade no projeto de duplicação do trecho da BR 242 entre Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães e outras estradas previstas no DNIT. A logística para as exportações avança com o investimento privado de um novo berço no Porto de Aratu, mas a questão só será definitivamente resolvida com a Ferrovia Oeste-Leste. Há avanços também na ampliação na verticalização da produção e investimentos em usinas de beneficiamento e outros investimentos industriais, mas também aí se faz necessário estímulos, incentivos e logística. No Matopiba, a Bahia está se diferenciando do Maranhão, que exporta toda sua produção, porque beneficia uma parte dela agregando valor e isso tende a crescer. Além dos desafios econômicos, existem também desafios sociais e ambientais. Um deles é o avanço do desmatamento no cerrado. No Matopiba foram desmatados quase 500 mil hectares em 2023, o que representa 75% da área desmatada de todo o bioma Cerrado no ano. O cuidado com a disponibilidade de água, usada intensivamente na irrigação, também preocupa e foi bom ver na Bahia Farm Show a apresentação de estudo e avaliação do aquífero da região. Por fim, existe ainda a questão da segurança jurídica e dos problemas no âmbito da titulação de terras e as questões sociais. As prefeituras de Barreiras e Luiz Eduardo estão entre as 10 cidades da Bahia que mais arrecadam e precisam investir mais efetivamente na área social e de educação de saúde.

Há, como se vê, oportunidades e desafios para a mais importante província do agronegócio no Norte e Nordeste do país, mas já é possível afirmar que o futuro econômico da Bahia passa necessariamente pela região oeste.

Assuntos relacionados

agronegócio Bahia Farm Show desafios ambientais economia da Bahia infraestrutura logística produção de grãos

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco