O PIB cresce com alta no consumo e no investimento
Confira a coluna do economista Armando Avena
O IBGE divulgou os dados do PIB brasileiro no 1º trimestre do ano e é preciso dizer: a economia brasileira vai bem. O único senão é a questão fiscal, mas como esta coluna alertou, esse é um problema de médio e longo prazo e que pode ser reajustado gradualmente. No mais, o que sobressai é o PIB que cresceu 2,5% no primeiro trimestre de 2024, ante o mesmo período do ano passado. E cresceu também 0,8% em relação ao trimestre anterior, o que significa que a dinâmica de curto e longo prazo é positiva.
O resultado veio acima da previsão de 73 consultorias e bancos que esperavam expansão menor. Mas este economista já havia alertado que os fundamentos da economia – juros em queda, desemprego em queda, inflação controlada e crédito disponível – apontam para um crescimento, em torno de 2,5% a 3% em 2024. E o indicador que dá apoio à previsão é o crescimento dos investimentos.
A formação bruta de capital fixo (FBCF) cresceu 4,1% no 1º trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior, o que garante o crescimento nos próximos trimestre e indica que os empresários se queixam muito do governo, mas estão investindo forte. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, os investimentos cresceram 2,7% e as importações cresceram por causa da compra de máquinas e equipamentos para aumentar a produção.
Sob o ponto de vista da demanda, quem puxou o crescimento do PIB foi o consumo das famílias, que aumentou 1,5% em relação ao último trimestre de 2023, ou seja, o Natal e as festas de fim de ano passaram, mas as famílias seguem consumindo. O setor de serviços registrou expansão de 1,4% no 1º trimestre de 2024, ante o trimestre anterior. Em comparação com o mesmo trimestre em 2023, o crescimento foi de 3%. E o comércio se expandiu em 3%, mesmo comparando com o trimestre de Natal. A razão é que a renda disponível está crescendo, com o incremento no emprego e os programas de distribuição de renda, além do salário-mínimo subindo mais que a inflação e da queda dos juros que tornou o crédito mais acessível.
Para completar, a agropecuária voltou a bombar com um incremento de 11,3% em relação ao trimestre anterior, embora tenha caído frente ao mesmo trimestre do ano passado, que foi recorde. Apenas a indústria permaneceu no mesmo patamar em relação ao trimestre anterior, mas avançou 2,8% comparado com 2023.
O PIB, os serviços e o consumo das famílias estão no maior patamar já registrado no país. E os investimentos estão crescendo. As agências internacionais de risco estão elevando a nota do Brasil e, se não houver crise interna ou externa, nem novos aumentos de impostos, e o Banco Central continuar reduzindo os juros, o Brasil, que cresceu 3% ano passado e pode crescer mais 3% este ano, pode estar no começo de círculo virtuoso de crescimento econômico.