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Armando Avena

Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 01 de junho de 2023 às 6:30 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

O PIB cresce, com juros e inadimplência

Confira a coluna de Armando Avena desta sexta-feira

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IBGE vai divulgar o PIB  do 1º trimestre e a economia cresceu em torno de 1,5%
IBGE vai divulgar o PIB do 1º trimestre e a economia cresceu em torno de 1,5% -

Ninguém está entendendo como a economia brasileira está crescendo, mesmo com inadimplência acentuada e juros altos. Mas, nesta quinta-feira, o IBGE vai divulgar o PIB oficial do 1º trimestre de 2023, e o resultado é que a economia cresceu em torno de 1,5%. Anualizado, isso significa crescimento chinês, de quase 6%. Pode ser menor, afinal a maioria dos analistas prevê que haverá queda da atividade nos próximos trimestres, mas ninguém sabe. O que se sabe é que apenas por conta do resultado do 1º trimestre, a herança estatística garante que em 2023 o PIB brasileiro vai crescer no mínimo 1,6%. Este economista, acha que vai crescer mais.

Alguns analistas afirmam que o bom resultado só foi possível por causa da agropecuária, que responde por apenas 8% do PIB. Realmente a agropecuária cresceu mais de 10% no trimestre, qualquer que seja a base de comparação, mas, diferente do que se apregoa, seu impacto na economia é muito maior que 8% e estende-se por toda uma cadeia produtiva que envolve indústria, serviços, transportes etc. e estima-se que represente 30% do PIB. Mas a indústria deve apresentar resultados ruins.

É verdade, todavia, os serviços, que incluem o comércio e representam mais de 65% do PIB, vão crescer cerca de 0,5%, uma maravilha levando-se em conta os juros escorchantes. Ao que parece, a economia brasileira vai manter certo crescimento, até porque o incremento do 1º trimestre de 2023 em relação ao último trimestre de 2022 foi de 1,3%. A tendência pode mudar, é verdade, mas até aqui nada indica que isso está acontecendo. Mas por que a economia está crescendo se existem tantas restrições? Na verdade, a restrição de peso é uma só: a taxa de juros elevada. No mais, o que se vê, no pós pandemia, é uma demanda reprimida por serviços de todos os tipos, que está se mantendo por mais tempo que o esperado.

A demanda permanece aquecida por causa do Bolsa Família, que subiu para R$ 600 reais, e significa uma injeção de R$ 170 bilhões na economia. E porque a poupança gerada na pandemia –, pois grande parte da classe média, presa em casa, não gastava – agora teve segurança para voltar ao consumo, especialmente nos serviços. E porque o emprego está crescendo e a inflação está caindo mês a mês e só o Banco Central não vê. Aliás, se visse, reduziria os juros e a economia estaria crescendo mais ainda.

Sim, mas como explicar a inadimplência tão alta e a quebra de grandes empresas? São movimentos pontuais e interligados. A inadimplência é função da alta excessiva dos juros e está concentrada na faixa da população que mais sofre hoje no Brasil, a classe média baixa, que ganha entre cinco e dez salários-mínimos, não tem acesso ao Bolsa Família, não tem poupança e perdeu poder aquisitivo. E isso, além das tramoias contábeis, explica a quebra de grandes empresas focadas no consumo da classe média baixa. O fato é que o pibão do 1º trimestre de 2023 está aí e, por enquanto, não há elementos para dizer que ele vai refluir nos próximos trimestres.

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