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Armando Avena

Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 19 de junho de 2025 às 1:30 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

O São João da Bahia já é o maior do Nordeste

Confira a coluna de Armando Avena nesta quinta-feira

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São João na Bahia movimenta bilhões de reais
São João na Bahia movimenta bilhões de reais -

Nesta quinta-feira, a Bahia inteira está se mobilizando para comemorar o São João, uma das mais importantes festas regionais do país. Estamos em plena economia do forró que, guardadas as proporções, se assemelha à movimentação econômica do Carnaval.

Estima-se que o São João na Bahia resulte numa movimentação financeira da ordem de R$ 3 bilhões, o que representa mais de 40% do total gerado na região nordestina. Com isso, em termos de movimentação financeira, a Bahia tornou-se o maior São João da região Nordeste.

Isso aconteceu porque a Bahia, além de potencializar as grandes festas que ocorrem nas principais cidades do interior do Estado, incluiu o São João como uma grande festa de Salvador, atraindo turistas de outros estados e mobilizando a população local que não viaja.

Assim, em 2024, Salvador se tornou o maior São João do Brasil em movimentação financeira, atingindo R$ 2,2 bilhões, segundo a IMM globo e Offerwiser, ultrapassando Caruaru e Campina Grande, mas com uma diferença importante: Salvador movimenta mais dinheiro por ser capital, com infraestrutura turística ampla, grandes shows, rede hoteleira e aeroportuária.

Note-se que Caruaru e Campina Grande recebem o maior público regional, superior a 2 milhões de pessoas cada, em eventos que duram todo o mês de junho, e são as principais festas regionais em termos de tradição e impacto proporcional à cidade.

Mas em Salvador – onde a festa foi estrategicamente ampliada com o apoio do governo do estado e da prefeitura, para reforçar a identidade junina da capital e atrair turistas – e em cidades, como Salvador, Amargosa, Senhor do Bonfim, Cruz das Almas e outras, com apenas cinco ou seis dias de festas, se gera maior mobilização financeira.

Note-se que os números levantados são estimativas não-oficiais, e não podem avaliar o impacto econômico e financeiro das festas juninas. Na verdade, esse montante precisa ser qualificado, mas a festa gera centenas de atividades, a exemplo de festas privadas, pagamento de músicos e infraestrutura de shows, decoração das cidades, segurança e infraestrutura de higiene e limpeza, arrecadação de impostos e outros itens. E, além da ocupação dos hotéis, viabiliza o aluguel casa própria, um ganho extra que se junta à produção de alimentos e fogos e ao oferecimento de serviços.

Aliás, os prefeitos dos municípios baianos que fazem a festa e outros municípios precisam trabalhar melhor o São João e perceber que não é apenas a vinda de grandes atrações musicais, muitas vezes a preço de ouro, que mobiliza as pessoas. Às vezes são atrações menores, experiências convidativas, o pé-de-serra e outros eventos e o marketing que têm o poder de mobilização. Aliás, não se entende, por exemplo, por que Feira de Santana, o maior entroncamento rodoviário da região e porta de entrada do Nordeste, não tem um super São João? E por que outras cidades com festas já tradicionais não ampliam os festejos e não investem para atrair muito mais público?

O São João é um produto de 1ª linha capaz de gerar riqueza na capital e nos municípios localizados nos mais recônditos locais da Bahia. Sua realização gera impacto na geração de emprego e renda, no mercado imobiliário, nos restaurantes e na hotelaria, bem como no mercado informal. Faz girar uma cadeia de negócios que gera atividade econômica e movimenta o mercado de emprego e de serviços e de tal modo que se pode falar de um ramo de negócios genuinamente nordestino: a economia do forró.

E agora que a Bahia já tem o maior São João do Nordeste em termos econômicos, precisa dar à festa um caráter nacional e, à semelhança do Carnaval, atrair pessoas do Brasil inteiro para o arraial.

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