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Salvador: uma das capitais do turismo de eventos

Publicado quinta-feira, 07 de abril de 2022 às 06:05 h | Autor: [email protected]
Turismo de eventos é vital pela capacidade de manter o fluxo de visitantes
Turismo de eventos é vital pela capacidade de manter o fluxo de visitantes -

Parte da economia de Salvador vive do turismo, mas não só do turismo de lazer. Um outro tipo de turismo, relacionado com eventos e negócios, atrai milhares de pessoas para participar de shows, seminários, congressos e feiras, trazendo enormes benefícios para a cidade. Imagine o leitor o impacto na economia soteropolitana de um congresso que atrai 10 mil pessoas de alto padrão de renda, e já tivemos alguns desses; ou então uma feira como aquelas que se fazem no ramo de games e atraem milhares de jovens de toda a parte; ou ainda um show de artistas nacionais e internacionais, como aqueles de Paul Mac McCartney e Roberto Carlos, realizados na Arena Fonte Nova. Esse tipo de evento movimenta toda a cadeia econômica, aumenta a taxa de ocupação dos hotéis, eleva o gasto médio dos turistas e amplia o número de empregos temporários e informais. Esse turismo de eventos é vital para uma cidade turística, não apenas pela geração de oportunidades de negócios, mas principalmente por sua capacidade de manter o fluxo de visitantes nos períodos de baixa estação.

Estima-se que um congressista nacional gaste, em média, R$ 300,00 a R$ 500,00 por dia e um congressista internacional gasta três vezes mais, e isso joga lenha na fogueira da economia. Salvador tem expertise em turismo de eventos e entre 2015 e 2019 ficou em 5º lugar entre as cidades brasileiras que mais receberam eventos internacionais, e está entre as oito cidades que mais recebem eventos domésticos. E isso mesmo antes de ter um grande centro de convenções. Agora, Salvador já tem um Centro de Convenções de porte e tem a Arena Fonte Nova, que já mostrou expertise na realização de shows e grandes eventos, além de vários hotéis e centros médios que podem abrigar congressos e seminários. 

E a cidade tem espaço para ter mais equipamentos como esses, especialmente se houver políticas públicas e divulgação, pois o turista que vem a negócios quer vir para uma cidade que tenha cultura, arte e patrimônio, e Salvador tem tudo isso. Aliás, a cidade da Bahia agradeceria se o antigo centro de convenções, que é irmão gêmeo do Centro Georges Pompidou em Paris e símbolo da arquitetura high tech, típica do movimento londrino Archigram, fosse reformado. Seria, por si só, mais um ponto turístico e cultural da cidade.

Quando se trata de eventos, o potencial de Salvador é enorme e bastou a pandemia arrefecer para se perceber isso. O Centro de Convenções, por exemplo, já tem três meses, maio, agosto e novembro, com ocupação de 100% dos espaços. E, segundo a GL Eventos, que administra o local, até dezembro já são 37 os eventos confirmados entre congressos, exposições e shows, mais que o dobro da quantidade realizada em 2020, e 42 estão em negociação. Se seguir nesse ritmo, em breve Salvador será uma das capitais nacionais de eventos.

Nove anos da Arena Fonte Nova

E já que estamos falando em turismo de eventos, vale lembrar que a Arena Fonte Nova está completando nove anos de inauguração e, nesse período, tornou-se um equipamento importante para Salvador, no que se refere à geração de emprego e renda e a criação de oportunidades de negócios. Para a realização de um evento, por exemplo, são contratados, em média, cerca de 300 pessoas para trabalhar de forma direta e indireta. E em dias de jogos, cerca de 2000 postos de trabalho são criados, em diversas funções relacionadas à operação. A Arena é um equipamento multiuso, gerador de oportunidades de negócios. Agora, que não há mais restrição de público, serão ampliadas as possibilidades de eventos e shows.

A carga tributária aumenta

Em 2021, os impostos pagos por famílias e empresas brasileiras atingiram 34% do PIB, o maior valor desde 2010. No Brasil, não importa qual a orientação do governo, a carga tributária sempre aumenta.  E o pior é que esse aumento nos impostos não se reverte em mais educação, mais qualidade de vida ou mais investimentos, a maior parte dele vai para custear uma máquina pública mastodonte e ineficiente e um parlamento com orçamentos secretos e um fundo eleitoral bilionário. Nos Estados Unidos, o eleitor sabe que se o Partido Democrático ganhar as eleições a carga tributária vai subir, se for o Partido Republicano ela vai cair. No Brasil, não importa o partido, ela sempre cresce.

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