Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > ARTIGOS
COLUNA

Artigos

Por Sindipetro-BA

Artigos
ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 17 de setembro de 2022 às 9:07 h | Autor:

A refinaria da Bahia será sempre Landulpho Alves

Nos 72 anos da RLAM, Sindipetro-BA parabeniza os petroleiros que construíram a segunda maior refinaria do país

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
A refinaria teve sua criação impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia
A refinaria teve sua criação impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia -

No sábado, 17, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia, completa 72 anos. A primeira refinaria nacional, que entrou em operação em 1950 – antes mesmo da criação da Petrobras -, também foi a primeira refinaria da petrolífera brasileira a ser privatizada no governo Bolsonaro.

A refinaria, que teve sua criação impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia, a partir do Campo de Candeias, mudou de nome, porém para os baianos continua sendo a RLAM. Mas não a mesma. Antes orgulho nacional e estadual, com responsabilidade social, hoje a refinaria baiana, após ter sido comprada pelo grupo árabe Mubadala Capital, no final de novembro de 2021, vende um dos combustíveis mais caros do Brasil.

A privatização da Landulpho Alves vem causando muitos dissabores ao povo baiano, mas não foi por falta de aviso que tudo isto está acontecendo no estado nordestino. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro Bahia alertaram sobre a criação de um monopólio privado de petróleo com a venda da RLAM. Tal problema foi apontado, à época, por estudo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, encomendado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis – Brasilcom.

Junto com a RLAM, a gestão da Petrobras entregou de brinde um potencial mercado consumidor não só da Bahia, mas de boa parte do Nordeste, além de 669 quilômetros de oleodutos, que ligam a refinaria ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus, que também foi vendido no pacote que inclui ainda outros três terminais da Bahia (Candeias, Jequié e Itabuna).

Infelizmente, os baianos já sentem no bolso as consequências da privatização. Não houve redução dos preços dos combustíveis porque não há competitividade, não há concorrência, o que desmonta um dos argumentos usados pelo governo Bolsonaro para justificar a venda da RLAM.

A RLAM e a ascensão da classe trabalhadora

Chamada inicialmente pelo nome de Refinaria Nacional de Petróleo S/A, incorporada à Petrobrás em 1953 e mais tarde (1957) batizada com o nome de Landulpho Alves, em homenagem a um político baiano, defensor do monopólio estatal do petróleo e da criação da indústria petrolífera na região, a montagem e a finalização da refinaria baiana foram feitas em tempo recorde: nove meses e 10 dias.

Ao entrar em operação, na tarde de 17 de setembro de 1950, a primeira refinaria nacional deu início à sua contribuição para o desenvolvimento econômico e industrial do estado, além de ter sido um trampolim para a ascensão da classe trabalhadora.

Antes ocupados com a pesca e a agricultura, os trabalhadores aprenderam um novo ofício, migrando do modelo agrário para o industrial, passando a ser petroleiros. A dedicação desses trabalhadores, ainda sem conhecimento técnico na área, foi crucial e em pouco tempo eles viraram instrutores, transformando a refinaria na primeira escola de refino do país.

A partir de então uma outra realidade começou a ser construída, não só para os trabalhadores e suas famílias, mas para toda a comunidade em que viviam, onde o comércio efervesceu, beneficiado pela circulação da moeda, vinda dos salários dos petroleiros que, na época, ganhavam mais do que a média dos outros trabalhadores.

Nos 72 anos da Landulpho Alves a homenagem vai para todos os petroleiros e petroleiras que construíram, operaram e operam esta grande refinaria, a segunda do país em capacidade de processamento. Hoje, a certeza é que o Trevo da Resistência, localizado no caminho que dá acesso à RLAM, vai continuar sendo palco das lutas da categoria.

Luta e resistência

Desde o início do processo de privatização, o Sindipetro-BA se posicionou contra a venda da RLAM, realizando mobilizações, greves e audiências públicas na Assembleia Legislativa do Estado e em câmaras municipais, buscando o apoio do governador da Bahia, de senadores, deputados, vereadores e prefeitos de diversos municípios. Além de ter ingressado com várias ações na justiça para barrar a venda da RLAM.

A entidade sindical também lançou as campanhas “RLAM 70 anos: História de Luta e Resistência”, “A Petrobras fica na Bahia” e a “Vigília Itinerante em Defesa da Petrobras e da Bahia”, que tiveram uma ampla divulgação na mídia e para a sociedade.

É importante ressaltar que há uma ação do Congresso Nacional no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando se a Petrobrás pode criar subsidiárias e vendê-las na sequência, como parte de seu programa de privatizações, como fez com a RLAM. O julgamento estava marcado para o dia 9/9, mas o Ministro do STF, Alexandre de Moraes, pediu vista dos autos. O julgamento deve ocorrer no próximo governo. Lembrando que o próprio Lula e sua equipe econômica já sinalizaram a necessidade de reestatização da RLAM.

A luta continua, mas, no momento, apesar de todo o esforço, prevaleceu a privatização da Refinaria Landulpho Alves.

Em 2021, o Sindipetro-Ba e a FUP alertaram para a perda que a Bahia ia ter com a venda da RLAM, lamentando que os consumidores passariam a pagar um preço ainda mais alto pelos combustíveis. Não foi preciso muito tempo para mostrar que as entidades sindicais tinham razão.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco