A vez da compaixão
Confira o Editorial do Grupo A Tarde desse domingo
A compaixão, como valor supremo, restabelece a capacidade de empatia – colocar-se no lugar do outro –, ajudando a recuperar a vontade de ajudar, como principal inclinação, na hierarquia de princípios morais. É o que acontece com o apoio à população do Rio Grande do Sul, ao contar com a dedicação de brigadistas baianos e de outros estados, ligando a ideia de União, representativa do Estado brasileiro, à tarefa de reconstruir.
Da mais alta estatura moral, os resgatistas se atiram de helicópteros para salvar pessoas e cachorros em situação vulnerável, entre a vida e a morte por afogamento, alcançando, assim, estas mulheres e homens corajosos, a coroa de heroínas e herois. Pessoas perderam o patrimônio de uma vida, ao serem surpreendidas com a inclemência dos temporais e vêm obtendo espontâneas ajudas, sinalizando o desenvolvimento afetivo do país.
Decerto, o governo federal está presente, sem influência de ideologias, seja com a mobilização de recursos, ou as transferências de pix a fim de confortar quem perdeu tudo, além da participação de servidores das Forças Armadas.
Uma dura lição para os gaúchos, além de nova sinalização de algo estar muito em desacordo com a ordem cósmica, são algumas das evidências da catástrofe. Outras virão, em outras regiões, ou no próprio Rio Grande. Devemos ser solidários e apoiar os riograndenses, mas sem a ilusão de estarmos livres da experiência de sofrimentos de tal intensidade, como já experimentou o Sul baiano.
Além da conta oficial de doações para o governo gaúcho, há campanhas solidárias organizadas por instituições e associações, visando arrecadar fundos, além do anúncio da ajuda de Brasília em caráter emergencial. Agora, só importa ajudar as famílias, assim como reconstruir casas, escolas, abrigos e entidades assistenciais atuando na linha de frente humanitária, recuperando o perfil de Brasil unido e capaz de vencer as adversidades.