Editorial - Memória necessária
Golpe militar completa 60 anos nesta segunda
Hoje é o dia de lembrar dos 60 anos do golpe militar, iniciado em 31 de março e consolidado em 1º de abril de 1964, quando o Brasil mergulhou na fase mais sombria de sua história recente, da qual só saiu cerca de 20 anos depois.
Os efeitos da tragédia não podem ser esquecidos, para não se repetirem mortes, torturas, perseguições, censura, supressão de liberdades individuais e o clima de terror.
O rompimento com a legalidade, representada pelo então presidente João Goulart, mergulhou o país numa cova, seguindo-se medidas repressivas, com a cassação e morte de parlamentares eleitos, atacados de forma explícita e covarde. Incomodavam ao regime não só os opositores, mas todos que não aderissem aos seus mandamentos.
As cenas horripilantes de jovens brasileiros estão até hoje manchando de sangue o Pavilhão Nacional, com o uso de instrumentos de tortura como o choque elétrico, o pau de arara e a “cadeira do dragão”.
Cantores, compositores, escritores, poetas, toda a arte foi perseguida, prendendo-se os perseguidos com imposições asquerosas de ficarem nus em porões insalubres, encapuzados e seviciados pelos torturadores.
Estudantes, freis, operários, assassinados por agentes sanguinários, constam hoje no Livro dos Herois Nacionais, tendo sido necessários comícios em escala nacional, na campanha Diretas Já, para higienizar o Brasil da corja fascista.
Todo este histórico não é uma invenção, está longe de constituir fake news. Há vasta documentação disponível e comprovada, de onde não se pode tolerar qualquer proposta de anistia para quem hoje apoia golpe, como ocorreu em 8 de janeiro de 2023.
É tempo de formarmos batalhões do bem, levando à cadeia apoiadores de homicídios e todos aqueles que incentivam ou defendem o retorno do período das trevas.