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Por Dom Sergio da Rocha Cardeal Arcebispo de Salvador [email protected]

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ACERVO DA COLUNA
Publicado Sunday, 13 de February de 2022 às 13:14 h • Atualizada em 14/02/2022 às 1:17 | Autor:

Madre Joana Angélica

O segundo centenário da morte de Madre Joana Angélica de Jesus é uma ocasião singular para louvar sua memória

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Imagem ilustrativa da imagem Madre Joana Angélica
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O segundo centenário da morte de Madre Joana Angélica de Jesus é uma ocasião singular para fazer memória, expressar louvor a Deus e reconhecimento à Irmã assassinada em 20 de fevereiro de 1822, aos 60 anos de idade, no Convento da Lapa, em Salvador. Sua morte reveste-se de especial significado cívico e religioso, no contexto das lutas pela independência no Recôncavo baiano, que culminaram com a independência da Bahia, em 2 de julho de 1823. O seu gesto corajoso merece ser considerado com maior atenção na narrativa histórica da Independência e na história da Igreja Católica na Bahia. Os 200 anos da morte de Madre Joana Angélica sejam incentivo para honrar a sua memória e valorizar mais a história da Bahia.

Mulher forte e corajosa, ela não teve medo de enfrentar os soldados portugueses que invadiram o Convento da Lapa e sofrer a morte aos golpes de baioneta, dizendo-lhes: "Para trás, bandidos! Respeitai a casa de Deus; antes de conseguirem seus infames desígnios tereis de passar por cima de meu cadáver". A notícia de sua morte brutal provocou a indignação da população e o encorajamento nas lutas pela Independência.

Nascida em n de dezembro de 1761, em Salvador, ela ingressou na vida consagrada na Ordem da Imaculada Conceição, cujas irmãs são conhecidas como "Concepcionistas", no Convento da Lapa, onde desempenhou a exigente função de abadessa, dentre outras funções. Ela é chamada "sóror Joana Angélica, pela sua condição religiosa de "irmã", ou "madre", enquanto "abadessa".

O significado do seu gesto ultrapassa a atitude patriótica de enfrentamento dos soldados portugueses, pela liberdade da Bahia e do Brasil. O seu martírio ocorre em defesa não somente de um edifício religioso, mas do que ele representava: as irmãs que lã viviam, a vida consagrada, a fé em Cristo por elas professada e a Igreja que deveria ser sempre respeitada. Ela nos faz pensar na importância da oração, dos lugares de oração e da comunidade de fé, em qualquer situação, mas especialmente quando passamos por momentos mais difíceis, como neste tempo tão sofrido da pandemia. O seu gesto heroico de defesa das Irmãs deve ser sinal e estímulo para a defesa da vida e da dignidade de cada pessoa, especialmente das mais vulneráveis.

Há inúmeros heróis e heroínas lutando pela vida e saúde de nosso povo, pessoas que se dedicam aos doentes, aos pobres e aos mais fragilizados, dentre os quais, estão os profissionais da saúde. Madre Joana Angélica faz pensar na dedicação incansável e corajosa de tantas pessoas que, movidas pela fé, rejeitam a invasão e a destruição de pessoas, casas e comunidades, seja pelo vírus da pandemia, seja por outros "vírus" que contagiam, ameaçam e causam a morte, impedindo alcançar a liberdade e preservar a vida.

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