Meninas de hoje, cientistas de amanhã
Conheça o projeto STEAM+, que está com inscrições abertas
Você sabe quem é Rosy Mary dos Santos Isaias? Apesar de ter figurado, recentemente, em muitos veículos de comunicação, poucos sabem da importância histórica da primeira pesquisadora negra a atingir o nível mais alto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Rosy integra o rol seleto de mulheres que venceram barreiras e, hoje, atua como professora do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais. Se por um lado celebramos esse feito, por outro, precisamos trabalhar para que muitas Rosys sejam estimuladas desde a Educação Básica.
Existe uma lacuna de gênero em todos os níveis das disciplinas de Ciência (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering) e Matemática (Mathematics) (STEM) em todo o mundo. Segundo a Unesco, apenas 35% dos estudantes das áreas de STEM são mulheres. No Brasil, estudos recentes do IBGE apontam que entre 10 formandos, em Computação ou Tecnologia da Informação, uma é mulher; somos duas em cada 10 graduados nas engenharias.
O projeto STEAM+, desenvolvido pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT), da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, olha para essa distorção e visa formar professoras da rede em STEAM – uma abordagem derivada do STEM que trabalha com a inclusão das Artes ao conhecimento integrado da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
A formação tem mais de 500 professoras cadastradas e as inscrições seguem abertas (@iat_ba), com a meta de alcançar 1 mil educadoras. O trabalho está dividido em duas etapas: a primeira online, de 30 horas, com encontros síncronos, bem mão na massa e pautados na solução de desafios inspirados no contexto da sala de aula.
A segunda etapa da formação envolverá 100 professoras, que serão selecionadas entre as participantes, para integrar um grupo de fellows que participará de um momento presencial imersivo (três dias no IAT) e do desenvolvimento de um projeto pautado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Cada uma dessas professoras deverá construir uma solução ao desafio com uma equipe formada por pelo menos cinco estudantes meninas.
A abordagem pedagógica do STEAM+ estimula o pensamento científico, que é aplicado de maneira reflexiva e interpretativa, e está focada na aprendizagem criativa, reunindo oficinas para que as professoras construam saídas a um desafio que enfrentam no seu cotidiano. Além do aprendizado interdisciplinar e da resolução de problemas, também há a motivação para que as participantes pensem “fora da caixa” e desenvolvam suas habilidades de forma mais flexível, interativa e autônoma.
E você, professora, o que fará para apoiar a formação da menina de hoje que será a cientista de amanhã?
Emilly Almeida Pedreira dos Santos é articuladora de Aprendizagem Criativa no Instituto Anísio Teixeira (IAT)
Carla Aragão é diretora de Inovação e Tecnologia do IAT