Agricultores do Sertão Produtivo planejam triplicar produção de frutas
Fruticultores são beneficiados com a requalificação de unidade de beneficiamento de Urandi
Os agricultores do município de Urandi, no centro-sul baiano, região do projeto Sertão Produtivo (território com 19 municípios do semiárido baiano em uma área de 23.544,51 km2 e economia baseada na agricultura familiar), ganharam novos equipamentos com a requalificação da unidade de beneficiamento de frutas. A requalificação da unidade ocorreu por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e promete triplicar a produção de frutas no município de Urandi.
Ivan Fontes, assessor técnico da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional diz que a Bahia vem recebendo investimentos para a agricultura familiar. No período de 2015 a 2022, foram investidos R$ 3 milhões destinados à assistência técnica, insumos, agroindústrias, apoio à gestão e acesso a mercados.
“Como parte dessa estratégia, foram aplicados R$ 859 mil na requalificação da Unidade de Beneficiamento de Frutas, localizada no município de Urandi, sob a gestão da Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do Rio Cova e Mandioca”, ressalta Ivan Fontes.
O assessor técnico também diz que o investimento desse valor foi destinado não somente para os equipamentos da unidade, mas também para a elaboração de planos de negócios. “Esse valor investido foi destinado a elaboração de plano de negócios, requalificação da infraestrutura, aquisição de equipamentos e veículo. Quanto aos equipamentos, os principais foram conjunto de despolpamento e refino de polpa, embaladeira automática com tanque, câmara fria, sistema de energia solar e tachos”.
O presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Vale do Rio Covas de Mandioca, Joaquim Aranha, diz que unidade gerou mais empregos e acredita no aumento da produção de polpas assim que algumas pendências forem resolvidas.
“Ainda não estamos no pico de produção porque faltam alguns ajustes”. Falta o capital de giro, faltam alguns regulamentos que precisam resolver. Capital de giro é para a matéria-prima, para a embalagem. A fábrica foi recentemente terminada, mas nesse término, ainda ficam faltando alguns ajustes que precisam ser feitos para poder pegar no pique”, ressalta Joaquim Aranha.
Beneficiar e vender
As principais frutas que serão processadas são as típicas da Região Semiárida, como o tamarindo, maracujá da caatinga, acerola, goiaba, abacaxi e manga. Mas além da produção das polpas, os associados irão produzir doces e geleias.
Ivan Fontes fala que foi projetado uma produção mensal inicial de 5.575 kg de polpas e 210 kg de doces e geleias, quantidade que ampliará a partir do quarto ano de funcionamento, e também com o planejamento de aumentar as opções de produtos.
O presidente da associação comenta que antes da instalação da unidade de beneficiamento já havia a produção de polpas, mas em pequena escala. “A região já produzia, só que mais artesanal, no quintal de casa. Para o consumo próprio e algumas regiões vizinhas compravam na nossa mão. Mas em pequena escala”.
Joaquim Aranha finaliza falando que a comercialização é importante para que os moradores possam fazer uma renda e aumentar a qualidade de vida.
“Atingiu diretamente e indiretamente, porque sempre é uma renda extra nas famílias. Acredito eu que assim que a gente trabalhar no pique todo dia, vai ser uma renda, ou seja, praticamente vai ter uma melhora na qualidade de vida das pessoas”.
A agricultora Lucidalva Carvalho, moradora do município de Urandi, comenta que com a agroindústria de fato houve um aumento em sua renda e que a produção aumentará. “Passei a ganhar o meu próprio dinheiro e também a gente tem fruta no quintal para o consumo. Antes perdia tudo, hoje, sabemos onde entregar. Isso possibilita o aumento da produção”.
* Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló