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Agricultores do Sertão Produtivo planejam triplicar produção de frutas

Fruticultores são beneficiados com a requalificação de unidade de beneficiamento de Urandi

Publicado segunda-feira, 07 de agosto de 2023 às 05:30 h | Atualizado em 16/10/2023, 10:56 | Autor: Dianderson Pereira*
Acerola é uma das frutas cultivadas pelos fruticultores do Sertão Produtivo e que serão processadas para virar polpas, doces e geleias
Acerola é uma das frutas cultivadas pelos fruticultores do Sertão Produtivo e que serão processadas para virar polpas, doces e geleias -

Os agricultores do município de Urandi, no centro-sul baiano, região do projeto  Sertão Produtivo (território  com 19 municípios do semiárido baiano em uma área de 23.544,51  km2  e economia  baseada na agricultura familiar), ganharam novos equipamentos com a requalificação da unidade de beneficiamento de frutas. A requalificação da unidade ocorreu por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional  (CAR) e promete triplicar a produção de frutas no município de Urandi. 

Ivan Fontes, assessor técnico da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional diz que a Bahia vem recebendo investimentos para a agricultura familiar. No período de 2015 a 2022, foram investidos R$ 3 milhões destinados à assistência técnica, insumos, agroindústrias, apoio à gestão e acesso a mercados.

“Como parte dessa estratégia, foram aplicados R$ 859 mil na requalificação da Unidade de Beneficiamento de Frutas, localizada no município de Urandi, sob a gestão da Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do Rio Cova e Mandioca”, ressalta Ivan Fontes. 

O assessor técnico também diz que o investimento desse valor foi destinado não somente para os equipamentos da unidade, mas também para a elaboração de planos de negócios. “Esse valor investido foi destinado a elaboração de plano de negócios, requalificação da infraestrutura, aquisição de equipamentos e veículo. Quanto aos equipamentos, os principais foram conjunto de despolpamento e refino de polpa, embaladeira automática com tanque, câmara fria, sistema de energia solar e tachos”.

O presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Vale do Rio Covas de Mandioca, Joaquim Aranha, diz que unidade gerou mais empregos e acredita no aumento da produção de polpas assim que algumas pendências forem resolvidas.

“Ainda não estamos no pico de produção porque faltam alguns ajustes”. Falta o capital de giro, faltam alguns regulamentos que precisam resolver. Capital de giro é para a matéria-prima, para a embalagem. A fábrica foi recentemente terminada, mas nesse término, ainda ficam faltando alguns ajustes que precisam ser feitos para poder pegar no pique”, ressalta Joaquim Aranha.

Beneficiar e vender

As principais frutas que serão processadas são as típicas da Região Semiárida, como o tamarindo, maracujá da caatinga, acerola, goiaba, abacaxi e manga. Mas além da produção das polpas, os associados irão produzir doces e geleias.

Ivan Fontes fala que foi projetado uma produção mensal inicial de 5.575 kg de polpas e 210 kg de doces e geleias, quantidade que ampliará a partir do quarto ano de funcionamento, e também com o planejamento de aumentar as opções de produtos. 

O presidente da associação comenta que antes da instalação da unidade de beneficiamento já havia a produção de polpas, mas em pequena escala. “A região já produzia, só que mais artesanal, no quintal de casa. Para o consumo próprio e algumas regiões vizinhas compravam na nossa mão. Mas em pequena escala”.

Joaquim Aranha finaliza falando que a comercialização é importante para que os moradores possam fazer uma renda e aumentar a qualidade de vida. 

“Atingiu diretamente e indiretamente, porque sempre é uma renda extra nas famílias. Acredito eu que assim que a gente trabalhar no pique todo dia, vai ser uma renda, ou seja, praticamente vai ter uma melhora na qualidade de vida das pessoas”. 

A agricultora Lucidalva Carvalho, moradora do município de Urandi, comenta que com a agroindústria de fato houve um aumento em sua renda e que a produção aumentará. “Passei a ganhar o meu próprio dinheiro e também a gente tem fruta no quintal para o consumo. Antes perdia tudo, hoje, sabemos onde entregar. Isso possibilita o aumento da produção”. 

* Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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