Ano novo, esperanças novas, realistas
Coluna A TARDE Agro desta segunda-feira, 29

Ariano Suassuna escreveu: “O otimista é um tolo, o pessimista um chato, sou um realista esperançoso”. Assim escrevo esta minha coluna, com a alma e os olhos voltados para as realidades esperançosas de 2026.
Dia 12/01 será a reunião para decidir a assinatura do acordo UE-Mercosul. Será bom para o mundo, para a Europa, para o Brasil e países do Mercosul. Não por uma expectativa “otimista”, mas por ser um rumo necessário a todas as partes. Inclusive aos próprios agricultores europeus, que passarão a ter mais oportunidades de mercado para os ricos alimentos e bebidas originados nos seus “terroir”.
Alguns com denominação de procedência e marcas registradas globalmente, como “champagne, cognac, Mirabelle Plum, Guérand Salt” (tem até sal com marca de terroir!), sem contar os italianos, que dominam as mesas do mundo e irão dominar ainda mais, etc.
Portanto, tenho a esperança realista da assinatura, ou pelo menos de um forte encaminhamento positivo, por significar uma mudança espetacular nas visões das relações comerciais internacionais.
E isto, da mesma forma, será ótimo para todo o agronegócio brasileiro, onde também poderemos ir a muitos mais mercados, com diversificação.
Também de forma realista esperançosa creio no crescimento do mercado do biocombustível, tudo originado de fibras e grãos que serão desenvolvidos, do trigo à macaúba, modelos agroflorestais, arroz, com recuperação de áreas degradadas no País, mas ao lado dos setores empresariais agroindustriais e cooperativistas agregando valor.
O biogás transformando lixo em riquezas na economia circular, dando à produção nacional de alimentos um selo de sustentabilidade, além de biofertilizantes, eletricidade, bioinsumos, biometano, etc.
O complexo do agro no Brasil atinge cerca de 30% do total do PIB. Podemos constatar racionalmente que temos a efetiva chance de dobrar de tamanho em 12 anos, não é otimismo tolo, é realismo racional. Nos últimos 40 anos, assumimos percepção de potência da segurança alimentar, energética e ambiental do planeta.
Esse patamar não pode mais ser despercebido. Na COP-30, na Agrizone, um trabalho espetacular da Embrapa e do enviado agro Roberto Rodrigues, reunindo todas as entidades do País, gerando um documento e uma realidade do Brasil como coração agrotropical planetário. A FAO decidiu criar um centro tropical mundial com base no que viu na COP-30.
Temos muitas coisas para fazer, consertar e superar? Sim. Mas, que em 2026 as realidades esperançosas superem em muito os sonhos otimistas e os negacionismos pessimistas. Apontar culpados é a única estratégia que não interessa aos realistas esperançosos, são estratégias de polarização de medo e de covardia.
Enfrentemos 2026 de frente. Medo do futuro? Só se ele nos pegar pelas costas! Feliz 2026, coragem, confiança, cooperação, criação, consciência, caráter. E amor ao Brasil!
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