Falta marketing no agro brasileiro
Confira coluna A Tarde Agro desta segunda
Sem marketing não valorizamos o agro brasileiro, na percepção do mundo inteiro. Mídia de impacto, credibilidade, reputação na elite chinesa, por exemplo, China Daily, um anúncio da soja americana informando: "Tem de ser a soja com a menor pegada de carbono dentre todos os demais países concorrentes".
Só um exemplo de ações de impacto em mídias que operam fortemente nas percepções das camadas pensantes das sociedades clientes, atuais e prospects do Brasil. Temos o melhor agroambiental socio tropical e competitivo do mundo e representamos o conhecimento dentro da faixa tropical planetária, que não só irá desenvolver esses povos e nações para realizar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU como já é fato termos nos transformado, em apenas 50 anos, na 4ª maior agricultura do mundo e nos maiores fornecedores e exportadores de alimentos.
Indo agora para a energia renovável e soluções ambientais. Mas não basta ser, precisa parecer que é. Temos miopia de marketing. Veja Theodore Levitt, que escreve, além do Kotler brasileiro, querido professor Marcos Cobra. Desconhecemos a importância estratégica do saber marketing.
Em contato com os adidos agrícolas brasileiros no mundo, extraordinária iniciativa, aliás, viabilizada na época do ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, ouvimos se sentirem uma infantaria bombardeada pelas "forças aéreas", a publicidade nas mídias fortes dos principais concorrentes nos mais importantes mercados clientes do mundo.
Recebi um anúncio, patrocinado pela Associação Norte-Americana de Soja, na página do China Daily, mídia que fala e é lida pela elite chinesa, inclusive a acadêmica, mostrando um estudo comparando cinco países, que inclui a pegada de carbono do sistema no aspecto desde o cultivo, transporte e da menor utilização dos solos nos Estados Unidos.
Não basta termos o melhor agro tropical do mundo! Sem estratégia de marketing e comunicação perderemos a guerra das percepções em um mundo cada vez mais voltado a um capitalismo e de agro conscientes.
Enquanto brigamos no País, aqui, internamente, apanhamos na mídia de impacto do nosso concorrente. Isso exige extirpar a miopia do que significa marketing e compreender que sem verbas para investimentos publicitários em mídias sérias de reputação e que, além de redes sociais, mas levando marcas de jornalismo informativo, interpretativo e opinativo, éticos e sérios, minimamente não valorizamos a ciência, recursos humanos, agroindustrialização, agropecuária, comércio e serviços brasileiros na nobre missão da segurança energética, alimentar e ambiental mundial.
Em outras palavras: sem marketing produzimos o que o freguês precisa e deseja, mas ele não sabe e o concorrente, com mais marketing orientado, usa e abusa em cima de nós, conquistando precificação e preferência de valor percebido.