Fertilizantes deverão repetir safra passada, prevê Anda
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Conversei com Eduardo de Souza Monteiro, country manager da Mosaic e presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), durante o 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes. Mais de mil executivos e líderes participaram da audiência no WTC, em São Paulo.
Eduardo Monteiro fez uma síntese dos principais assuntos tratados neste importantíssimo congresso, em que fertilizantes e agronegócio estão totalmente vinculados:
“Ao longo desses dias debatemos temas centrais do futuro da agricultura brasileira, dentre os quais destaco sempre a segurança do abastecimento, a importância da previsibilidade para o produtor rural, a sustentabilidade, os nutrientes para a vida, o papel dos bioinsumos e um estudo fantástico da Embrapa e do Mapa, que fala do potencial de crescimento da área de agricultura no Brasil convertendo pastagem em agricultura. Falamos de integração lavoura, pecuária e floresta, dos desafios do risco de crédito impactando dois frontes: o primeiro diz respeito àquilo que já foi vendido, em que os canais de distribuição, as revendas, as cooperativas e os cerealistas estão pedindo mais garantias para liberar, e isso vem atrasando os embarques da indústria em julho e agosto, provocando uma concentração desafiadora para o setor no mês de setembro. Além disso, estamos observando uma situação decorrente de mudanças na alocação de critérios contábeis de provisão para vendedores duvidosos das instituições financeiras, o que vem impulsionando um maior rigor na liberação de novos créditos e aí a morosidade na liberação e a redução de limites têm feito com que a demanda que ainda precisa ser comercializada, cerca de 20%, seja questionada.”
O Congresso Brasileiro de Fertilizantes revelou a boa convergência público-privada.
Na síntese, podemos inferir pelas declarações de Eduardo que não deveremos ter uma nova supersafra. A quantidade de fertilizantes fornecida deverá repetir a da safra 24/25. Há ainda uma preocupação com cerca de 10% dos fertilizantes não comercializados e já estamos plantando a nova safra. Atrasos por questões financeiras e segurança de crédito trarão complicações logísticas.
Mas neste congresso também ouvimos ótimos planos de Estado para os fertilizantes, objetivando diminuir nossas dependências das importações e atender a perspectiva de crescimento das safras brasileiras nos próximos 10 anos, como afirmou José Carlos Polidoro, assessor do ministro da Agricultura, sobre o plano “Caminho Verde”.
O Congresso Brasileiro de Fertilizantes foi um evento positivo, revelando a boa convergência público-privada, em que ciência de solos e plantas fala mais alto na realidade agrotropical ambiental brasileira.
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