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A TARDE Agro

Por José Luiz Tejon | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 25 de agosto de 2025 às 2:18 h | Autor: José Luiz Tejon | [email protected]

“Help, Mr.Trump!”, clamam sojicultores dos Estados Unidos

Coluna fala sobre pedido de entidade dos sojicultores ao governo americano

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Donald Trump
Donald Trump -

A maior agricultura do mundo, com o maior nível de suporte e subsídios, a norte-americana, está pedindo “help” ao presidente dos Estados Unidos. Uma carta formal da entidade dos sojicultores American Soybean Association (ASA), o maior concorrente do Brasil, tem em parte do seu texto um tom de súplica: “senhor presidente, o senhor tem apoiado fortemente os agricultores e os agricultores tem apoiado fortemente o senhor. Precisamos da sua ajuda”. Nesse pedido a ASA afirma: “os produtores de soja estão sob extrema pressão financeira. Os preços continuam caindo e, ao mesmo tempo, nossos agricultores estão pagando significativamente mais por insumos e equipamentos”. O presidente da entidade norte-americana, Caleb Ragland, continua: “os produtores de soja dos EUA não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente”. Os norte-americanos falam de um “precipício comercial e financeiro”.

E aí chegamos no Brasil. O USDA projeta que o Brasil produziu 42% mais soja que os Estados Unidos em 2024/25. E que atendemos hoje perfeitamente toda demanda chinesa. As análises das entidades norte-americanas informam que Pequim já contratou recordes de volume do Brasil para os próximos meses. E acrescentam que hoje o quadro para os Estados Unidos pode ser ainda pior do que aquele de 2018/19 na primeira guerra comercial de Trump onde os Estados Unidos perderam cerca de US$ 9,4 bilhões por ano de exportações, e afirmam nesse documento distribuído a todas autoridades públicas: “agora o quadro pode ser ainda pior, pois a China demonstra disposição de manter a dependência do fornecedor brasileiro”.

A entidade agrícola norte-americana cobra que o presidente Trump, em Washington, consiga um acordo que reabra o mercado chinês, seja pela eliminação de tarifas retaliatórias ou obtendo cotas pontuais específicas de importação da China. Trump dias atrás vociferou nas redes: “China comprem 4 vezes mais da nossa soja americana”. Agricultores aplaudiram, porém a ASA enfatizou que até neste instante não há nenhum contrato firmado com o país asiático (de acordo com o conteúdo do Estadão).

Portanto leitoras, leitores, vejam que situação. O maior agribusiness planetário, os Estados Unidos, onde somente o valor bruto da produção total agrícola desse país somada, é 10 vezes maior do que a nossa; onde o tamanho do PIB norte-americano é cerca de 15 vezes maior do que o nosso, agora pedem ao seu Presidente Trump o “imperador das guerras comerciais”, que os salvem de um concorrente aqui da faixa tropical do planeta, o Brasil, onde o crescimento e a competitividade de vários produtos agropecuários, dentre eles a soja, não contou com nenhum programa maravilhoso de estado, com suporte extraordinário de capital favorecido e com uma proteção espetacular como a rede que cuida, envolve, e protege agricultores dos Estados Unidos, com suas estruturas de logística, armazenagem, infraestrutura, seguro e agroindustrialização com diplomacia mundial impecáveis.

Porém há um pecado no comércio de alimentos que jamais pode ser cometido e quando o cometer dificilmente haverá perdão: “confiança”. Não sei se Trump conseguirá ter credibilidade e confiança por parte do governo chinês que tem na sua história recente o preço de fome e faz da sua segurança alimentar e energética um princípio inegociável. Alimentos não estão na mesma cesta de barganhas da outra guerra de big techs, chips, e dos “ali babás” da vida.

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