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“Não sabemos comunicar o agro brasileiro”

“Entre tapas e beijos, o agro não comunica e se trumbica", diria Chacrinha

Publicado domingo, 07 de agosto de 2022 às 00:00 h | Atualizado em 07/08/2022, 23:09 | Autor: José Luiz Tejon
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Quem disse isso que está no título? Exatamente o ministro da Agricultura, Marcos Montes, no 21º Congresso Brasileiro de Agronegocio da Abag, em São Paulo, semana passada. E, assim como o ministro, é hoje voz corrente entre todos os elos das cadeias produtivas brasileiras a mesma afirmação: “Não sabemos comunicar os feitos e fatos positivos e ficamos mergulhados nos ângulos negativos". 

Marketing é a arte de conquistar valor exercendo sempre um superávit da percepção sobre a realidade. E percepção é o intangível mais poderoso em todas as relações empresariais, pessoais, religiosas e políticas.  

Temos realidades espetaculares, como agricultura de baixo carbono, plantio direto quase universal, integração lavoura pecuária e floresta, viabilizando carne e grãos carbono zero, uma indústria das árvores plantadas exemplo mundial, nosso algodão o melhor do planeta, exemplos de agropecuária sustentável em todos os biomas, assim como, na Amazônia, nossa palma é referência internacional. 

Temos cacau, frutos do mar, das águas, vinhos e frutas exemplares do vale do São Francisco, mais de um milhão na agricultura familiar, em um modelo cooperativista exemplar, e até frutos do sertão e a bendita palma forrageira. E, conforme já divulgamos nesta coluna, ouvimos de altos dirigentes de tradings globais a expressão: “O Brasil tem a melhor agricultura regenerativa do mundo". 

Onde está a comunicação disto? Só entre nós mesmos do agro? Eu poderia dizer: “Entre tapas e beijos, o agro não comunica e se trumbica", diria Chacrinha. 

Só falamos para dentro, mesmo assim ainda temos dissidências, adversários, briga entre os elos das cadeias do antes, dentro e pós porteira das fazendas. E, quando falamos, geralmente fazemos da forma errada, respondendo e retaliando diante de provocações com, ira e raiva. Comunicação é uma arte e tem fórmula. 

Está na hora de um plano de comunicação integrado do agro nacional. E sobre nossos males? Eles estão no crime e na ilegalidade e compete a aplicação com tolerância zero da lei. E a quem interessa misturar o crime com a atividade estratégica do agro brasileiro? Essas coisas não se misturam e nos fazem mal. 

Está na hora da boa comunicação para separar o maldito do bendito.

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