Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > A TARDE AGRO
COLUNA

A TARDE Agro

Por José Luiz Tejon | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025 às 6:00 h | Autor: José Luiz Tejon | [email protected]

O que agricultores recebem versus o que nós consumidores pagamos

O saldo da balança comercial no ano deverá atingir US$ 126 bilhões

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Agroindústria tem papel fundamental entre as missões que compoem a neoindustrialização brasileira
Agroindústria tem papel fundamental entre as missões que compoem a neoindustrialização brasileira -

Sem dúvida a agricultura e a pecuária brasileiras modernas têm salvo a economia brasileira. O saldo da balança comercial no ano deverá atingir US$ 126 bilhões. Quer dizer, sem a agricultura e a pecuária como as fazemos nos últimos 50 anos estaríamos na mesma condição de subsistência e subdesenvolvimento da maioria de todos os países dentro da faixa tropical do planeta, o cinturão tropical.

Porém isso revela da mesma forma o quanto nosso setor industrial não se desenvolveu na mesma proporção, apesar de termos uma agroindústria que vende para o mundo o maior volume, mas ainda distantes na contabilidade dos valores recebidos, e podemos estabelecer aqui uma relação desse saldo positivo da agricultura e pecuária, com o tema do preço dos alimentos.

Então uma coisa são preços recebidos pelos produtores rurais, outra coisa bem diferente é preço pago por consumidores finais. O preço dos alimentos ao consumidor final, dependendo do nível de agregação de valor industrial, comercial e de serviços, é multiplicado por 3, 4 vezes ou até dezenas de vezes.

Exemplo simples: preço da saca do arroz para o produtor hoje, de 50 kg, na casa de R$ 100,00. Significa

R$ 2,00 o quilo ao produtor. Preço do arroz na ponta do consumidor vai depender da marca, da qualificação, mas pode variar de R$ 6 a

R$ 10 o quilo. Ou seja, de 3 a 5 vezes mais.

Quando olhamos o feijão, outro produto também essencial, mas com forte proximidade entre o campo e a mesa, da mesma forma vamos encontrar a multiplicação dos preços numa proporção parecida com o arroz.

Todavia quando formos para itens de maior valor agregado nos alimentos e bebidas, a multiplicação dos preços será o resultado de uma malha muito mais complexa. Veja a diferença entre o preço do café no campo versus seu valor no supermercado ou numa cafeteria, ou ainda na cápsula, dezenas de vezes maior.

Por outro lado, se vendêssemos para o mundo mais produtos com níveis superiores de agregação de valor agroindustrial nossas receitas seriam ainda muito superiores ao saldo comercial previsto para US$ 126 bilhões neste ano.

Está na hora de passarmos a administrar de verdade “agribusiness” versus polarizações inúteis entre os elos desse complexo sistema. E com isso termos de verdade uma “política e planejamento estratégico de agronegócio com sua correta tradução de agribusiness”, para vendermos muito mais e melhor para o mundo e termos abastecimento e preços locais no país justos tanto para produtores quando consumidores. Sem dúvida iríamos elevar a renda da população e combater a desigualdade social.

Há sem dúvida também, pensando em segurança alimentar do país, um papel muito importante a cargo da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, a ser desenvolvido como um plano de estado. Planos de estado de longo prazo são vitais e essenciais e a sociedade civil organizada precisa atuar.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco