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A TARDE Agro

Por Venicius Rodrigues*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 11 de agosto de 2025 às 7:27 h | Autor: Venicius Rodrigues*

Produção de sorgo cresce 39% na Bahia e ganha espaço no setor de biocombustíveis

Tradicional na alimentação animal, o grão aumenta presença como matéria-prima principalmente do etanol

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Imagem ilustrativa da imagem Produção de sorgo cresce 39% na Bahia e ganha espaço no setor de biocombustíveis
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A produção de sorgo está em ritmo acelerado no oeste da Bahia e começa a ganhar protagonismo entre as principais culturas da região. A lavoura cresceu 39,3%, impulsionada por fatores como resistência à seca, ciclo curto e boa adaptação ao solo do cerrado. O grão tem atraído a atenção de produtores interessados em diversificar a lavoura e atender novas demandas do mercado.

Além de seu uso tradicional na alimentação animal, o sorgo tem ampliado sua presença como matéria-prima na produção de biocombustíveis, especialmente o etanol de segunda geração. A combinação entre clima favorável, tecnologia no campo e demanda industrial vem transformando o cenário agrícola local e colocando a cultura como uma aposta estratégica para o futuro do agronegócio baiano.

O avanço do sorgo na região também tem sido impulsionado pela demanda da indústria de etanol. A Inpasa, que mantém uma unidade em Luís Eduardo Magalhães, aposta na cultura como alternativa estratégica para ampliar a oferta de matéria-prima sem competir com outras lavouras já consolidadas. “O sorgo é uma cultura rica em amido, essencial para a produção de etanol, e ainda permite a fabricação de DDGS, usado na alimentação animal, o que agrega valor à produção”, explica Irineo Piaia Junior, gerente de originação de grãos da Inpasa. Segundo ele, o grande diferencial do grão está na capacidade de se desenvolver em regiões com menor índice de chuvas.

Além do uso na produção de etanol, o sorgo também tem se consolidado como alternativa relevante para o fornecimento de matéria-prima voltada à produção de proteína animal. Segundo Aloísio Júnior, gerente de Agronegócios da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o avanço da cultura no oeste baiano tem refletido sua competitividade frente a outras lavouras, especialmente nos sistemas de segunda saca. “O crescimento é impulsionado pela rotação de culturas, pelos custos de produção mais baixos e pela liquidez comercial, fatores que favorecem a tomada de decisão no planejamento agrícola”. A expansão ocorre, sobretudo, em áreas de sequeiro, com destaque para A Inpasa aposta no sorgo como opção para produzir biocombustíveis.

Zona onde a distribuição das chuvas permite maior estabilidade produtiva. A expectativa é de que a área cultivada cresça entre 6% e 9% ao ano, podendo dobrar esse ritmo já na próxima safra diante do aquecimento do mercado de biocombustíveis.

Região oeste

A Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri) acompanha de perto o avanço do sorgo, que tem se consolidado como a quarta cultura mais importante do estado entre os grãos. Na região oeste, a área plantada passa de 150 mil para 160 mil hectares na safra 2024/25, segundo dados da pasta. “Esse aumento reflete o potencial da cultura como alternativa viável e sustentável, tanto para o abastecimento do setor energético quanto para a produção de proteína animal”, afirma Assis Pinheiro, diretor de Agricultura da Seagri.

Ele destaca que o sorgo possui custo de produção cerca de 50% menor do que o milho e menor exigência hídrica, o que o torna acessível também a pequenos e médios produtores. Programas como o Prodeagro e o apoio técnico da secretaria têm fortalecido a cadeia produtiva, estimulando o uso de áreas ociosas e promovendo a diversificação agrícola na região.

Com perspectivas positivas para as próximas safras, o sorgo se consolida como uma cultura estratégica para a agricultura baiana, aliando viabilidade econômica, sustentabilidade ambiental e potencial energético. Em um cenário de mudanças climáticas e busca por fontes renováveis, o avanço do grão no oeste do estado revela não apenas uma resposta às demandas do mercado, mas também uma oportunidade de diversificação produtiva e fortalecimento da economia agrícola regional.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló.

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