Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > A TARDE AGRO
COLUNA

A TARDE Agro

Por José Luiz Tejon | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 24 de março de 2025 às 6:00 h | Autor: José Luiz Tejon | [email protected]

‘Reciprocidade’: estratégia da negociação brasileira com o mundo

PL da reciprocidade foi criada para proteger produtos brasileiros contra sobretaxas internacionais

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem ‘Reciprocidade’: estratégia da negociação brasileira com o mundo
-

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) foi ministra da Agricultura do governo anterior e se destacou por ter consertado diversos problemas diplomáticos nas relações internacionais. Um deles foi com o mercado árabe, quando o Brasil cogitava transferir a embaixada para Jerusalém, provocando pesada antipatia dos nossos clientes muçulmanos.

Tereza Cristina lidou pessoalmente com a questão e recebi elogios pela atuação dela. Agora, ela criou o PL da reciprocidade, em substitutivo do PL 2.088, de 2023, do senador Zequinha Marinho (PL-PA), e declarou: “Quando o autor fez a lei foi mais para a parte ambiental. Nós abrimos para que fosse uma lei que pudesse assegurar aos produtos brasileiros proteção para ataques especulativos”. E continuou: “Existia uma preocupação maior com a Europa, mas hoje nós estamos vendo que os EUA podem sobretaxar os produtos brasileiros”.

Em convergência com essa visão lúcida da senadora, as negociações brasileiras, conduzidas por Geraldo Alckmin, estão pautadas na formulação do conceito “reciprocidade” versus retaliações. Outro ponto significativo a ser considerado em 2025 está na mudança das presidências do Mercosul e do Conselho Europeu, saindo das mãos de Argentina e Polônia, entrando Brasil e Dinamarca (2º semestre).

Mercosul e UE fecharam acordo de livre comércio em 6 de dezembro de 2024. Isto tem, agora, no “Reino de Trump”, significativa importância, pois terá a dimensão de envolver 780 milhões de pessoas e mais de 1/4 do PIB mundial, ainda sem considerar o potencial de crescimento estrutural do Mercosul com o Brasil nos próximos 15 anos.

Com o novo comando entre Brasil e Dinamarca, e a guerra tarifária que estimula a incerteza e a desconfiança, mais a dúvida da situação Rússia-Ucrânia, Oriente Médio, e impactos na China, na Ásia e na África, temos uma posição excelente para observar o mundo e falar de reciprocidade, e não de retaliação.

Temos super safra: apesar de problemas climáticos colheremos 325 milhões de toneladas de grãos, indo para nova safra com perspectivas de continuidade do crescimento e a lei do combustível do futuro, mais projetos de inclusão de 40 milhões de hectares de áreas de pastos degradadas, sem tirar uma árvore sequer, ao contrário, plantando florestas, em sistemas integrados vegetal & proteína animal, que nos permitem, sem arroubos ou ilusões, termos uma efetiva realidade esperançosa nesta muvuca planetária verborrágica e insalubre.

Espero que Trump, pelo menos, não taxe a nossa cachaça. Imagine a frustração dos consumidores dos EUA sem poder usufruir da maravilhosa, a mais deliciosa, a nossa caipirinha?

Mas, voltando ao começo, reciprocidade, palavra da diplomacia, pede coragem com a firmeza da educação. Que a COP-30, em Belém, celebre a ratificação do acordo UE-Mercosul. Será ótimo para o mundo e todo cinturão tropical do planeta.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco