Cleidiana Ramos
Cards: Cleidiana Ramos | Canva
Neste sábado, 23, é dia de festa para São Jorge. Considerado um santo guerreiro, especialmente por sua batalha contra um dragão, ele possui uma das mais populares devoções do catolicismo no Brasil. Com o encontro entre elementos do cristianismo e o das religiões afro-brasileiras ele foi associado aos deuses africanos Ogum (umbanda) e Oxóssi (candomblé). Na edição de A TARDE de 23 de abril de 1960 foi publicado um artigo assinado pelo frei Eliseu Vieira Guedes, da Ordem Carmelita, com informações sobre São Jorge que não estão entre as mais conhecidas.
1. Cultivador da Terra- Segundo o artigo, Jorge, em grego cretense, junto a outra terminação forma a palavra “Cultivador da Terra”. Talvez, por isso, São Jorge tem semelhanças com deuses de outras culturas, como Ogum, que é, além do dono da tecnologia e especialista em batalhas, patrono da agricultura, e Oxóssi, que é caçador, ou seja, também dedica-se a alimentar seu povo.
2. São Jorge Verde- Na antiga região de Carínzia, território da atual Áustria, segundo o artigo do frei Eliseu Vieira, havia uma festa relacionada a São Jorge para atrair chuva. Por conta disso ele era chamado de “São Jorge Verde”.
3. São Jorge Branco- Já os georgianos, de acordo com o artigo, uniram ao culto de São Jorge elementos da celebração ao deus Luno, que era realizado em 14 de agosto. Este culto pode ter semelhanças com a reverência à Luna, dos romanos, um complemento feminino ao sol. Na umbanda, religião brasileira, a união entre masculino e feminino é uma das explicações para a história que aponta a Lua como morada de São Jorge. Esta associação vem da sua relação com Ogum que busca na representação da Lua o equilíbrio para a sua energia masculina.
E tem ainda as referências a São Jorge na literatura, no cinema e na música, como a belíssima canção Lua de São Jorge, de Caetano Veloso. Amanhã, portanto, é dia de festejar mais elementos dessas nossas culturas tão diversas.
O culto a São Jorge é o tema da edição de A TARDE Memória dessa semana. A coluna é um projeto multimídia com inserções aqui no portal, em A TARDE FM (às sextas-feiras) e no jornal A TARDE (aos sábados). O conteúdo que circula na coluna é baseado no acervo do Cedoc A TARDE.