Sem desfiles de escolas de samba, Bahia protagoniza enredos no Rio
Capital baiana manteve essa manifestação cultural na programação do seu Carnaval até a década de 1980
Cleidiana Ramos
As
escolas de samba deixaram de integrar a programação oficial do Carnaval de
Salvador na década de 1980, tema da coluna A TARDE Memória dessa semana. Mas a Bahia continua a ser lembrada nesse tipo
de manifestação cultural que é a mais forte característica do Carnaval do Rio
de Janeiro.
Não
à toa as escolas cariocas tem a ala das baianas para destacar o papel de
mulheres que migraram para o Rio e deram abrigo ao samba. É corriqueiro enredos
das escolas do Rio de Janeiro homenagearem a Bahia e elementos relacionados às
culturas do Estado.
Esse
ano não é diferente. Três escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro têm a
cultura baiana como tema. Confira:
“É
Onda Que Vai… É Onda Que Vem… Serei A Baía De Todos Os Santos A Se Mirar No
Samba Da Minha Terra”- Unidos da Tijuca
A
Baía de Todos-os-Santos e a sua importância será o tema do enredo da Unidos da
Tijuca. A responsabilidade de contar a história das águas centrais para a
formação cultural não apenas da capital, Salvador, mas de todo o Estado, será
do carnavalesco Jack Vasconcelos. Pelas
informações já disponibilizadas indígenas, caboclos, orixás e santos católicos
vão fazer parte da história que a escola vai contar na avenida.
“As
Áfricas que a Bahia canta”- Estação Primeira de Mangueira
As contribuições africanas para o Carnaval da Bahia vão estar em evidência no enredo da Mangueira desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Gui Estevão. Préstitos, blocos afro, dentre outras manifestações, inclusive sob a inspiração da religiosidade estarão em evidência no que deve ser um desfile repleto de referências emocionantes.
“Brava
Gente! O Grito Dos Excluídos No Bicentenário da Independência"- Beija -Flor
de Nilópolis
Caboclos, Maria Quitéria, Maria Felipa e o Corneteiro Lopes podem pintar na Sapucaí. Isso porque a história da Independência do Brasil a partir do movimento na Bahia em 1823 é o tema do enredo que os carnavalescos Alexandre Lousada e André Rodrigues vão apresentar na Beija-Flor. É uma bela homenagem no ano em que as lutas na Bahia que foram cruciais para sedimentar independência política do Brasil completam 200 anos.
A coluna A TARDE Memória é um projeto multimídia com inserções em A TARDE FM (às sextas-feiras), jornal A TARDE (aos sábados), neste Portal e em outros canais do Grupo A TARDE. O conteúdo da coluna é baseado no acervo do Cedoc A TARDE.
Outro projeto em memória social do Grupo A TARDE é o REC, hospedado no Youtube. A atualização ocorre às sextas-feiras. Confira a seção Senta que temos História com o doutorando em Cultura e Sociedade e mestre em Ciências Sociais, Rafael Soares, especialista na trajetória das escolas de samba de Salvador.
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