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Por Núbia Cristina

ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 19 de abril de 2023 às 6:30 h • Atualizada em 19/04/2023 às 7:09 | Autor:

BYD tem apoio do governo federal para instalar fábrica na Bahia

Em visita de Lula e Jerônimo à China, empresa confirmou que vai produzir carros elétricos no estado

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Carros elétricos chineses serão fabricados na Bahia
Carros elétricos chineses serão fabricados na Bahia -

A BYD, fabricante chinesa de caminhões, ônibus, carros elétricos, baterias e placas solares, ratificou o compromisso de construir uma fábrica de carros elétricos na Bahia, durante visita recente do governador Jerônimo Rodrigues às unidades industriais, na cidade de Hangzhou (que produz ônibus 100% elétricos) e em Chengzhou (onde está localizada a linha de produção de carros elétricos). Essas unidades fabricam mais de 400 mil veículos por ano e empregam mais de 9.200 pessoas na China.

Em outubro de 2022, a BYD assinou protocolo de intenções com o governo do estado, que prevê a instalação de três unidades industriais no Polo de Camaçari, no site que abrigava a fábrica da Ford. A notícia foi antecipada por A TARDE, em junho do ano passado. O projeto agora tem apoio formalizado do governo federal. Em viagem à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com dirigentes da BYD, com a presença do governador Jerônimo. Durante o encontro, Lula não apenas garantiu apoio do governo federal nas tratativas para a execução do programa de investimentos da empresa chinesa na Bahia, mas acenou com a possibilidade de criar uma política de incentivos para a compra de automóveis elétricos no Brasil.

“Eu já havia me reunido com a empresa aqui na China, quando tratamos dos incentivos estaduais para a entrada dessa fábrica em nosso estado. Hoje, junto com Lula, tratamos dos incentivos federais para viabilizar esta instalação. O presidente pediu para que a empresa formalize o pedido de apoio, para que o Governo Federal possa pensar uma política nacional de estímulo à compra de carros elétricos”, explicou o governador da Bahia após a visita.

O protocolo prevê investimento de R$ 3 bilhões e a geração de 1.200 empregos diretos durante o período de implantação das unidades. Segundo o protocolo, as fábricas vão produzir chassis de ônibus e caminhões elétricos, além de veículos de passeio, elétricos e híbridos, e ainda processar lítio e ferro fosfato.

Nada a comentar

Segundo a agência Autodata, as discussões entre a BYD, a Ford e os técnicos do governo do estado prosseguem, mas a empresa chinesa reafirma que vai manter o projeto de investimento na Bahia, seja comprando a estrutura do antigo complexo da Ford localizado em Camaçari, seja construindo novo site industrial do zero em outro terreno, informou a Autodata.

A TARDE entrou em contato com a BYD que, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que não há novidades e nada a comentar sobre o assunto.

Pelo cronograma, todas as unidades começariam a ser implantadas em junho de 2023. Duas delas deveriam estar concluídas em setembro de 2024, com início da operação em outubro. A terceira teria conclusão prevista para dezembro do mesmo ano, com início de operação em janeiro de 2025.

Na primeira fase do empreendimento está prevista a implantação de uma indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato, segundo o protocolo. Essa unidade utilizará como insumos o lítio extraído no Brasil e a produção será exportada para a China.

Simultaneamente, será implantada a fábrica de chassis para a produção de ônibus e caminhões elétricos. Essa unidade vai atender ao Norte e Nordeste.

Por sua vez, a produção de veículos de passeio elétricos e híbridos deve ocorrer na terceira fase do projeto. O protocolo prevê ainda que a BYD vai analisar a viabilidade da importação de veículos prontos pelo porto de Salvador.

Entre as contrapartidas assumidas pela BYD estão a elaboração de um plano de negócios detalhado, que deverá ser aprovado pelo estado. A empresa deverá promover o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, prioritariamente local, a ser aproveitada no processo fabril.

Deverá, ainda, a cada seis meses após a assinatura do protocolo e até a entrada em operação das unidades industriais, informar à Secretaria de Desenvolvimento Econômico sobre o estágio do empreendimento e a previsão de implantação.

VLT do Subúrbio

A BYD tem outro projeto em andamento na Bahia, integra a Metrogreen Skyrail Concessionária da Bahia S.A. (Skyrail Bahia), Sociedade de Propósito Específico (SPE) estabelecida por meio de uma Parceria Público-Privada, responsável pela construção e operação do Veículo Leve de Transporte (VLT) do Subúrbio, em Salvador. Esse é um contrato com o governo do estado no valor de R$ 1,5 bilhão.

Durante a viagem à China, o governador Jerônimo Rodrigues participou de reunião com Wang Chuanfu, presidente do Conselho de Administração e CEO da empresa, e com Stella Li, vice-presidente executiva, para tratar do início da construção e operação do VLT do Subúrbio. A BYD foi a vencedora da licitação da obra que vai transformar a mobilidade naquela região da capital.

Segundo a assessoria do governo, “no encontro, a empresa apresentou a necessidade de fazer alguns ajustes no contrato, devido ao aumento dos preços de peças e outras demandas causadas pela pandemia”. De acordo com o governador, as consequências que impactaram o setor da construção civil serão analisadas e ponderadas, para que, ainda neste semestre, a obra seja iniciada.

“A empresa argumentou que a pandemia trouxe impactos para o setor, com a elevação do preço do aço e do próprio maquinário que será usado na implantação do VLT. Iremos estudar as condições para realizar essas correções no contrato, e espero que a gente consiga resolver e dar início às obras o mais breve possível”, explicou Jerônimo.

O modal 100% elétrico vai substituir os trens do Subúrbio. Serão 172 mil passageiros transportados por dia, beneficiando, em média, 600 mil pessoas que vivem na região. O VLT é o maior projeto de mobilidade da história da região e vai ligar a região metropolitana (Ilha de São João, em Simões Filho) e o Subúrbio Ferroviário com o miolo de Salvador (até a estação Acesso Norte) e o Comércio, em apenas 45 minutos, com integração a outros modais, como metrô e ônibus.

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