Como reduzir consumo de combustível na estrada
Troca de óleo e filtros, além do balanceamento e alinhamento dos pneus são importantes Núbia Cristina
O feriado da Semana Santa tem o segundo maior fluxo de veículos nas estradas baianas, perdendo apenas para o feriadão de São João, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Quem vai viajar de carro deve prioritariamente seguir as orientações de segurança, mas vale a pena adotar comportamentos que ajudam a reduzir a economia de combustível. Afinal, com os preços altos da gasolina, álcool e diesel, é preciso aprender a economizar, para não torrar dinheiro no trânsito das cidades ou nas estradas.
A primeira dica é faça regularmente a manutenção preventiva, seguindo as orientações do manual de uso e manutenção do fabricante e jamais esquecer a revisão de viagem antes de pegar a estrada.
“A troca do óleo e dos filtros é muito importante, porque lubrifica corretamente as partes internas do motor, para que ele trabalhe melhor. Se o motor trabalha pesado, há maior consumo de combustível. Se ele está funcionando de forma correta, ajuda a reduzir o consumo de combustível”, explica o gerente da Fiori Fiat Paralela, Wellington Nunes.
O óleo lubrificante do motor é composto por hidrocarbonetos, aditivos, detergentes e dispersantes. “Não serve apenas para lubrificar, tem outras funções, dentre as quais auxiliar na refrigeração do motor, proteção das superfícies internas contra oxidação e corrosão, proteção do sistema contra desgaste e lavagem dos componentes internos do motor”, explica o chefe de oficina da Cresauto Veículos, Matheus Figueredo.
“O óleo pode se degradar pela quilometragem ou pelo tempo, portanto, é imprescindível sua substituição de acordo com o manual de uso e manutenção do veículo”, alerta.
Por sua vez, o filtro de óleo retém as impurezas, como borras e fuligem. “O filtro sempre retém no seu interior um pouco do óleo, e caso não seja substituído ao colocar o óleo novo, ele vai gerar impurezas, diminuído assim o tempo de vida útil do óleo e comprometendo o sistema de lubrificação e as peças do motor. Não substituir o filtro durante as trocas de óleo é como tomar banho e utilizar a mesma roupa suja”, resume Figueredo.
Calibragem dos pneus
Wellington Nunes ressalta que a calibragem dos pneus, de acordo com a especificação do fabricante, é uma medida simples, mas muito importante. O pneu murcho faz o motor trabalhar forçado e pode aumentar o consumo em até 25%. “Quando o veículo trafega com a calibragem correta, especificada no manual, ele tem aderência adequada do pneu no asfalto, fazendo com que a rolagem seja correta; nem atrasa, nem adianta. Então isso gera economia de combustível e previne o desgaste dos pneus”, explica Wellington Nunes.
O gerente explica que o alinhamento também é muito importante. “Quando o carro está desalinhado, uma roda tende a puxar para um lado e a outra para outro, fazendo com que as rodas gerem atrito no asfalto, o que atrasa o veículo. Quando o carro está alinhado, se desloca melhor e com certeza gera menor consumo de combustível”, orienta Nunes.
Planejamento
Proprietário do Centro Automotivo Super Auto, Alexandre Guedes Afonso vai aproveitar o feriadão de Páscoa para viajar com a família. Planeja “pegar a Linha Verde” com seu Honda Fit. “Eu gosto, é um carro econômico, seguro pra rodar na estrada, faço 14 km por litro na estrada e na cidade em torno de 10, 11 km/l, com gasolina”, conta. No planejamento viagem, a segurança é o principal item, por isso ele sempre faz uma “boa revisão preventiva antes de viajar, o ideal é uma semana antes, porque se tiver de fazer intervenção mais demorada no veículo dá tempo”, pontua.
“Eu penso na economia de combustível, mas primeiro na segurança. Por isso, verifico o estado dos pneus, a suspensão e os freios. “Quem viaja com o carro revisado com certeza garante redução no consumo de combustível. Pneus descalibrados e mal-conservados aumentam o consumo”. “É imprescindível fazer o check list de todos os itens: óleo, filtros do motor, velas de ignição etc., isso melhora a performance do motor e consequentemente reduz o consumo”, comenta Afonso.
“A cada 10 mil quilômetros ou com um ano de uso, é necessário fazer uma revisão completa, além da troca de óleo”, recomenda. Ele alerta que ao deixar de fazer as revisões programadas, o proprietário vai perdendo dinheiro. “A manutenção preventiva é mais barata que a corretiva. Se o carro não tem os devidos cuidados, vai parar em algum momento, e o conserto será mais caro. Sem contar que o veículo mal-conservado sofre depreciação maior e perde valor de revenda”, alerta.
Forma de dirigir
A forma de dirigir também interfere no consumo de combustível, tanto em carros manuais quanto em veículos automáticos. “Nos carros manuais, a dica é passar as marchas corretamente, dentro das rotações recomendadas nos manuais de uso e manutenção, fornecidos pelo fabricante; não utilizar o ponto morto em declives (ladeiras), deixar em marcha, utilizar bastante a direção defensiva ao trafegar”, recomenda Matheus Figueredo, da Cresauto. Ele diz que também é bom evitar acelerações bruscas em situações desnecessárias, para reduzir o consumo.
Nos carros automáticos, Fiqueredo recomenda escolher o modo de direção econômico. “Esse sistema distribui o torque e a potência para dar maior rendimento ao veículo, passando as marchas com rotações que privilegiam o baixo consumo, em detrimento da performance”, explica.
O motorista de aplicativo Washington José sempre fica atento ao modo de direção, porque sabe que isso interfere no consumo de combustível. “A dica é não acelerar muito, evitar frear bruscamente o carro, não forçar, andando muito nas marchas fortes 1 e 2”, comenta. Ele também vai viajar na Semana Santa, e já fez a revisão do veículo. “Eu faço revisão preventiva porque eu trabalho com o carro e ele não pode ficar parado, é bateu a chave, pegou. Gosto de dirigir, e quando estou na estrada fico mais feliz ainda”, conta. Ele tem um Ford Ka 2019 e faz 14 km/l na estrada com álcool.
Por fim, para garantir economia de combustível é fundamental seguir as orientações que constam nos manuais de uso e manutenção dos fabricantes. Utilizar sempre peças de qualidade, aprovadas pelos órgãos oficiais e normas técnicas. E abastecer em postos confiáveis, de marcas reconhecidas no mercado, para não correr o risco de utilizar combustível adulterado.