Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > CALDEIRÃO DE AÇO
COLUNA

Caldeirão de Aço

Por Leandro Silva

ACERVO DA COLUNA
Publicado sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025 às 6:36 h | Autor: Leandro Silva

A paz depois de La Paz

Confira a coluna de Leandro Silva após a classificação do Bahia

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem A paz depois de La Paz
-

Depois de La Paz, a paz. Desde o resultado do sorteio, que colocava a cidade boliviana, com sua temida altitude, no roteiro inicial do Bahia na Libertadores, a tensão ficou no ar entre a torcida tricolor, graças à preocupação com os 3.600 metros, aliada a resquícios de desconfiança pela queda de rendimento no segundo turno do Brasileiro. Mas a boa exibição e o comportamento diante das adversidades no empate do primeiro jogo, e o momento histórico, deram um clima de festa e de paz ao segundo, anteontem, na Fonte, em que o Esquadrão passou por cima do The Strongest, com um incontestável placar de 3 a 0, carimbando a passagem para a terceira fase da Libertadores.

Falo sobre a paz porque, mesmo com o peso histórico do jogo, o primeiro do Tricolor na capital baiana depois de 36 anos, o que se via no ambiente era pura paz. Desde o entorno da Fonte Nova até o espaço interno e as arquibancadas, era perceptível e quase tangível a diferença de quase tudo que se viu no local em muitos anos. Ainda caminhando próximo ao estádio, vi João Marcelo, campeão brasileiro e representante da equipe que chegou às quartas da Libertadores de 1989, chegando à Fonte. Que nostalgia! Os torcedores, pelo menos aqueles que vi ou ouvi, transbordavam confiança, sem ultrapassar a tênue linha que a separa da soberba, que não combina com o Esquadrão.

Era o encontro do retrô, de ver o pioneiro de volta à maior competição do continente, com o moderno, de fazer parte de um Grupo internacional com poder econômico e conhecimento para formar um elenco que nos passe a confiança de que a campanha de 2025 possa permanecer tão especial quanto começou. E que essa seja a nova rotina do Bahia, tornando-se frequentador assíduo da Libertadores.

O caráter especial do jogo estava presente em cada detalhe e os tricolores pareciam extasiados por desfrutarem de tudo isso. O primeiro gol, de Lucho, de pênalti, só aconteceu aos 39 minutos do primeiro tempo, mas, até ali, onde eu estava, a única opção era apoiar. Devo deixar claro, inclusive, que não senti a menor falta de ouvir aquelas tradicionais previsões de cenários pessimistas muitas vezes proferidos com menos de 10 minutos de jogo, quando o placar teimosamente se negava a mudar, geralmente seguidos de: ´já vi esse filme´.

Com a leveza do primeiro tento, Ademir tratou de declarar aberto oficialmente o carnaval tricolor com mais dois.

E olha que o dia havia iniciado com forte chuva, mas ela só deu as caras no ambiente do jogo depois que a torcida já havia feito toda a festa no estádio, como em uma espécie de pedido de desculpas por ter contribuído por encerrar a participação tricolor na Libertadores de 36 anos atrás.

E por falar em desculpas e por lembrar de tanto tempo atrás, eu, que costumo sentir falta de um estilo de torcer mais leve, que sempre caracterizou o tricolor, marcado pela empolgação com o triunfo mais recente, mesmo que a fase não fosse boa, ou pela expectativa com a reabilitação no próximo jogo, sigo no clamor de que esse volte a ser o nosso novo velho estilo.

E que se reconheça o bom momento de nomes que já foram contestados em determinadas oportunidades, como Rogério Ceni, Kanu e Jean Lucas, além de torcer pelo resgate pleno da boa fase e da confiança de Marcos Felipe, fundamental para que estejamos vivendo esse momento, pois foi muito importante para a permanência na Série A em 2023. Enfim, que possamos aproveitar cada instante desse novo momento e que desfrutemos da paz de ser Bahêa.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco