Bahia, Athletico e os embates memoráveis
Confira a coluna Caldeirão de Aço
Bahia e Athletico Paranaense já dividiram a liderança neste Brasileiro, mas hoje têm objetivos distintos. No domingo, quando se enfrentarem, pela 35ª rodada, estarão envolvidos em disputas diferentes: o Tricolor, ainda em busca de um retorno à Libertadores, depois de 36 anos, e o Athletico, lutando pela permanência na Série A. É possível dizer ainda que os dois clubes estão em partes da tabela com a qual não estão acostumados em um passado recente.
Após o triunfo tricolor contra o Botafogo, no Engenhão, na quinta rodada, o Bahia chegou aos 10 pontos, e só não assumiu a liderança por levar desvantagem no saldo de gols para o Athletico. A situação se repetiu na rodada seguinte, quando o Esquadrão venceu o Red Bull Bragantino, chegou aos 13, mas seguiu atrás no saldo.
A história dos dois times no Brasileiro começou a se separar a partir da sétima rodada, quando o Bahia empatou com o Atlético Mineiro e seguiu dividindo a liderança, mas, dessa vez, com o Flamengo, até a rodada seguinte.
Outro aspecto interessante sobre o confronto de domingo é que, até o momento, o Bahia conseguiu 100% dos pontos contra apenas um adversário neste Brasileiro: o Grêmio, derrotado na Fonte, por 1 a 0, e, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, por 2 a 0. A única chance para que o Esquadrão aumente essa marca e consiga os seis pontos contra outro adversário será exatamente no domingo.
Isso acontece porque o Esquadrão começou a derrapar no Brasileiro justamente no final do primeiro turno e não conseguiu vencer nenhum dos outros três adversários restantes: Cuiabá, Corinthians e Atlético Goianiense. Fica a expectativa para que o Tricolor consiga se impor novamente contra o rubro-negro paranaense, como fez na Arena da Baixada, na primeira metade.
Naquele momento, em 10 de julho, o Esquadrão iniciou com: Marcos Felipe, Gilberto, Gabriel Xavier, Kanu e Luciano Juba; Rezende, Jean Lucas, De Pena e Cauly; Biel e Everaldo. Ainda entraram em campo, Cicinho, Caio Alexandre, Thaciano, Ademir e Éverton Ribeiro, que foi poupado e seria decisivo para o triunfo tricolor.
O Bahia iniciou aquela partida de maneira arrasadora e abriu 2 a 0, com menos de 15 minutos, com gols de Everaldo, aos nove, e Biel, aos 14. Depois, no segundo tempo, o ritmo tricolor diminuiu e o Athletico, que parecia já derrotado, cresceu após o gol de Di Yorio, aos 15, e passou a pressionar pelo empate. Foi aí que o camisa 10 Éverton Ribeiro foi acionado e conseguiu acalmar o jogo, retomando o controle. Para garantir o triunfo, Juba, de falta, fez o terceiro.
Para mim, esse já foi um dos confrontos mais marcantes do Esquadrão contra o Athletico, ao lado de alguns outros. Em 1988, na campanha que levou o clube ao segundo título brasileiro e à Libertadores, o Bahia venceu os paranaenses, por 2 a 0, na Fonte Nova, com gols de Renato e Zé Carlos. O Bahia atuou com Sidmar, Edinho Jacaré, João Marcelo, Pereira e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil, Bobô e Zé Carlos; Sandro e Osmar. Renato e Tarantini entraram depois.
O confronto de 1996 me marcou pela nostalgia precoce. Do lado do Bahia, estavam em campo, Bobô, Charles e Juninho, irmão de Zé Carlos. Do outro, o mestre Evaristo de Macedo, no comando. E o Bahia levou a melhor, com um triunfo por 2 a 0, com gols de Charles e Juninho. Além da espetacular goleada de 2017: um 6 a 2, com dois de Régis, e um de Zé Rafael, Edigar Júnio, Édson e Tiago. Que o confronto de domingo seja mais um embate memorável, e que termine com outro triunfo tricolor.