Dupla importância para o Tricolor
Confira a coluna do jornalista Leandro Silva

Hoje, na Fonte, começa a caminhada tricolor em busca do penta da Copa do Nordeste, mas, mais do que isso, também representa o pontapé inicial da preparação da equipe principal para o histórico confronto eliminatório contra o The Strongest, na Bolívia, no dia 18 de fevereiro, pela Libertadores. Ao contrário das temporadas em que foram conquistados os quatro títulos da Copa do Nordeste, em 2001, 2002, 2017 e 2021, dessa vez o regional não é o principal foco para os primeiros meses do ano.
Se a prioridade é a competição continental, o Nordestão ganha importância dupla: de luta pelo penta, em edição valorizada pela presença de cinco clubes da Série A, e de preparação. Fora o jogo de hoje, contra o Sampaio Corrêa, o Esquadrão tem outros sete embates antes do primeiro duelo com os bolivianos do The Strongest. Rogério Ceni provavelmente não acionará o pelotão principal em todas as partidas. Por isso, cada jogo ganha importância fundamental para testar formações.
Hoje, por exemplo, há muita curiosidade com relação ao primeiro time escalado por Ceni no ano. Ele vai lançar a equipe que ele imagina como titular, com a ausência somente dos possíveis indisponíveis? Vai mesclar, acionando metade hoje e a outra parte no domingo, pelo Baiano, também na Fonte, contra o Porto? Ou vai tentar aproveitar o entrosamento, priorizando os remanescentes de 2024?
A curiosidade tem explicação. Como em todo início de temporada, as esperanças se renovam com a chegada de novos nomes. O fato de ter chegado a disputar a liderança do Brasileiro, deixa a expectativa de que, com os ajustes necessários, o Bahia possa seguir indo mais além. O primeiro deles, que está nitidamente sendo trabalhado, tem a ver com a profundidade do elenco. Os movimentos no mercado acenam para uma tentativa de atacar tal fragilidade.

A chegada de Erick, em teoria, pode dar um refresco para Jean Lucas, por exemplo. Na falta de alguém com características parecidas, o camisa 6 foi, durante muito tempo, o único do meio para a frente que nunca era substituído, terminando como líder em minutos jogados na temporada e demonstrando desgaste no final.
A versatilidade de Rodrigo Nestor e de Michel Araújo, por sua vez, dá diversas opções de formações para início e decorrer dos jogos, além de serem bons chutadores. Erick Pulga também amplia o leque de opções ofensivas, oferecendo velocidade, como Biel e Ademir, com, aparentemente mais familiaridade com os gols, vindo como artilheiro da Série B.
Vale lembrar que, apesar de Ceni ter aberto mão de peças com tais características nas escalações em boa parte de 2024, Biel e Ademir foram muito utilizados nas segundas etapas, sendo essenciais, e fizeram muita falta quando foram desfalques. Ademir ainda encerrou o ano como titular e destaque. Willian José oferece características diferentes no elenco. Pode ser parceiro ou disputar posição com Lucho.
Apresentado ontem, Santiago Ramos Mingo carrega a esperança de elevação do nível da zaga. Conquistando a titularidade ou não, a chegada deve melhorar o nível de reposição para a dupla titular, já que a presença dele, de Gabriel Xavier ou de Kanu no banco representaria uma subida de nível entre os suplentes.
Sei que minha opinião é impopular, mas não dou como certa a perda de titularidade de Kanu. O camisa 4, inclusive, teve uma reta final de ano superior à do parceiro, hoje lesionado. A dúvida que fica é sobre o posicionamento. Parece unânime que Kanu melhorou quando passou a atuar na esquerda. Tal evolução teria acontecido pela inversão ou pela companhia de Gabriel? Podemos começar a checar hoje.