Patamar elevado
Confira a coluna do jornalista Leandro Silva
Quando acompanho hoje a inquietação da torcida tricolor pela chegada de jogadores que supostamente elevem o nível do time e do elenco para a temporada 2025, não consigo deixar de pensar na época em que víamos o clube muitas vezes virar o ano sem ter ainda um número suficiente de jogadores com contrato vigente no grupo profissional para colocar em campo no primeiro compromisso do ano que chegava. E quando conseguia formar um número suficiente, já era motivo para alívio. Hoje, dá para ver que o patamar do clube tem se elevado muito.
Ontem, o Bahia fez o primeiro anúncio e apresentação para a temporada, que foi a chegada do volante Erick, oriundo do Athletico, que assumiu a 14 de De Pena, e outros três nomes já chegaram a Salvador, mas ainda não foram anunciados: Rodrigo Nestor e Michel Araújo, vindos do São Paulo e Erick Pulga, do Ceará. É possível dizer que já há um grupo interessante para iniciar o ano. Vale lembrar ainda que é possível que o patamar seja elevado, mesmo sem contratações que passem tal impressão imediata, com a evolução dos nomes já presentes e com um elenco mais encorpado.
O exemplo da queda de rendimento no segundo turno do Brasileiro passado serve bem para ilustrar. O time como um todo parece ter sentido o desgaste e o técnico Rogério Ceni penou para encontrar alternativas, sobrecarregando principalmente o quarteto titular do meio, formado por Caio Alexandre, Jean Lucas, Éverton Ribeiro e Cauly. Acredito que o quarteto largue na frente para manter a titularidade em 2025, mas certamente Ceni deverá explorar mais o elenco, com Rezende, Acevedo, Erick, Rodrigo Nestor e Yago Felipe disponíveis no momento.
Vale lembrar que em vários momentos de 2024, dos cinco, apenas Yago esteve disponível, pois Acevedo se recuperou de lesão próximo ao fim do Brasileiro e Rezende sofreu algumas lesões. Jean Lucas talvez tenha sido o maior prejudicado pelo desgaste, justamente por não ter uma reposição imediata, sendo o jogador com mais minutos jogados e, na coletiva de apresentação de ontem, Erick fez questão de se descrever com características semelhantes às do camisa 6.
Sem contar com destaques da base já familiarizados com o grupo principal, como Ruan Pablo, Tiago, Roger, Sidney e Jota, com aqueles que voltam de empréstimo e estão integrados ao time que inicia o Baiano, como Marcos Victor, Ryan, Caio Roque e Éverton, além de Thaciano, cuja partida para o Santos já parece próxima, o elenco contaria hoje com 27 nomes.
Embora considere um ótimo grupo, ainda veria com bons olhos a chegada de mais, pelo menos, cinco reforços de alto nível. Minha lista teria Zé Rafael, um goleiro, um zagueiro, um lateral-esquerdo e um atacante goleador, que, caso não seja um jogador de área, forçaria a chegada de alguém com papel semelhante ao desempenhado por Estupiñán em parte de 2024, oferecendo alternativa para determinadas situações. Especulado, Willian José pode ser uma ótima adição ao elenco. Único citado nominalmente, Zé Rafael está na minha lista não por carência na posição, mas pelo impacto positivo e específico que ele poderia trazer.
Desde a chegada do Grupo City, Thaciano foi o único com passagem pelo profissional a voltar e, caso a partida dele seja confirmada, esse retorno pode ser tratado como caso de extremo sucesso, pois o 'todo campista' foi fundamental para os objetivos principais das duas temporadas, inclusive com gols decisivos para a permanência na Série A e a vaga na Libertadores. Zé Rafael poderia ajudar a suprir essa perda, como conexão com o antigo Esquadrão, com entrega e versatilidade.