Ancelotti busca equilíbrio no meio-campo e aposta em ajustes táticos
Análise de Tostão destaca desafios táticos do Brasil, atuação de Bruno Guimarães e importância do meio-campo na era Ancelotti

A seleção brasileira se prepara para dois amistosos importantes contra a Coreia do Sul e o Japão. Após divulgar a lista de convocados, Carlo Ancelotti explicou que deixou João Pedro fora por questões físicas. No entanto, o atacante entrou em campo pelo Chelsea no fim de semana, o que levantou questionamentos sobre os critérios da comissão técnica.
Entre os centroavantes que vêm sendo chamados, João Pedro é considerado o que mais desperta esperança entre os torcedores e analistas.
Ancelotti deve manter o esquema tático tradicional
O técnico Carlo Ancelotti deve repetir o esquema usado nos últimos jogos, com quatro defensores, dois volantes, um meia ofensivo centralizado, dois pontas e um centroavante.
Contudo, o treinador já admitiu que poderá fazer mudanças estratégicas conforme o adversário, abrindo espaço para variações com três meio-campistas.
Paquetá pode ser peça-chave na adaptação
Lucas Paquetá é um dos jogadores mais versáteis do elenco. Ele pode atuar tanto como meia centralizado, próximo da área adversária, quanto mais recuado, formando um trio com Bruno Guimarães e Casemiro.
Outros nomes, como Matheus Cunha, Neymar, Raphinha e Rodrygo, funcionam melhor próximos do ataque, atuando como meias-ofensivos ou segundos atacantes.
Bruno Guimarães brilha mais no Newcastle
Na seleção, Bruno Guimarães tem sido regular, mas seu desempenho é muito mais brilhante no Newcastle. Isso se deve, principalmente, à formação tática do clube inglês, onde ele atua ao lado de Joelinton e do italiano Tonalli.
Nesse sistema, Bruno tem liberdade para marcar, criar jogadas e chegar ao ataque com frequência, algo que faz com maestria e que falta em sua função atual na seleção.
Casemiro continua sendo o pilar defensivo
O capitão Casemiro segue sendo um líder natural e peça essencial na marcação, nas bolas aéreas e na saída de bola. No entanto, sua limitação na troca rápida de passes e nas transições ofensivas ainda preocupa.
Jogadores como Rodri (Manchester City) e Vitinha (Portugal) são exemplos de meio-campistas modernos que conseguem equilibrar força e leveza na construção de jogadas.
Lição dos 7x1: Brasil precisa dominar o meio-campo
Contra seleções de elite, o Brasil precisa fortalecer o meio-campo para evitar repetir fiascos históricos, como o 7x1 contra a Alemanha em 2014 e a goleada de 4x1 para a Argentina.
Times como Espanha, Portugal e Argentina dominam o setor central, mantendo a posse de bola e escolhendo o momento certo para atacar — algo que o Brasil ainda busca alcançar.
Derrota no Sub-20 acende alerta
No último Mundial Sub-20, o Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos após perder para a Espanha por 1x0. A equipe europeia dominou a posse de bola com jovens meio-campistas talentosos.
O desempenho brasileiro foi decepcionante, e a ausência de alguns nomes promissores não explica totalmente o fracasso.
Reflexões sobre o futebol brasileiro
O futebol é repleto de dúvidas e contradições. Por que os erros do VAR em jogos do São Paulo e do Grêmio foram tão evidentes?
Por que o Cruzeiro joga melhor contra adversários fortes do que contra os mais fracos?
E por que o Atlético-MG, com um bom elenco, é o pior time do segundo turno do Brasileirão?
Essas perguntas seguem sem respostas claras — mas mostram como o futebol brasileiro ainda busca equilíbrio e consistência.
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