Do Big Bang à trionda: o fascínio da bola e o novo futebol ofensivo
Confira a coluna do Tostão deste domingo

A nova bola, a da Copa do Mundo de 2026, já tem nome: trionda. É belíssima, bem diferente das dos anos 60 e 70, quando eu jogava. Em uma de suas deliciosas e inesquecíveis crônicas, Luís Fernando Verissimo contou que o menino ao ganhar uma bola de presente do pai perguntou: “tem manual de instrução, é em inglês”?
Dizem que uma bola oficial, profissional, possui uma circunferência de 68 a 70 centímetros e um peso de 410 a 450 gramas. Para alguns jogadores a bola fica mais pesada. O importante é trata-la bem. Virou um clichê dizer que a bola procura o craque, o artilheiro. É ele que sabe antes dos outros aonde a bola vai chegar. Como sabe? Sabendo. A fantasia do craque transita pelo espaço imaginário entre a brincadeira e a seriedade.
Antes de gostar de futebol, a criança fica fascinada pela bola, pelo formato redondo. A bola deve ter surgido antes da roda. A forma esférica sempre fascinou as pessoas e está presente em todos os lugares, na natureza e na criatividade humana, como na obra do genial Leonardo Da Vinci.
Segundo a teoria do Big Bang, a vida começou com uma bola de fogo. O químico inglês Harold Kroto ganhou o Premio Nobel em 1966 pela descoberta de uma nova forma molecular para o carbono (fulareno), que tem o formato esférico. O mundo é uma bola.
Em junho do próximo ano, a bola vai rolar na Copa do Mundo, no México, Canada e EUA, se o reizinho Trump deixar. A seleção mais elogiada, a que trata melhor a bola, é a da Espanha, pelo talento individual e pela estratégia de domínio da bola e muita troca de passes, com eficiência. Lamine Yamal, Pedri e Rodri- se recuperar a qualidade após uma longa ausência por contusão-, estão entre os melhores do mundo. Há outros ótimos jogadores. Além da Espanha, Argentina, França, Portugal, Brasil, Inglaterra e Alemanha estão entre as candidatas ao título. Todas, incluindo a Espanha, possuem limitações em uma ou mais posições.
O futebol está cada dia mais ofensivo, prazeroso e com muitos gols. No meio de semana, houve muitas goleadas e excelentes partidas pela Liga dos Campeões. As equipes são intensas, compactas, adiantam a marcação e pressionam para recuperar a bola mais perto do outro gol. Porém, há sempre um porém, às vezes deixam muitos espaços nas costas dos defensores para o contra-ataque. Não é raro jogos com muitos gols para os dois lados. Os times, cada vez mais, atuam com apenas um volante centralizado. Um ou dois meio-campistas marcam, constroem e atacam
As equipes brasileiras ainda são hesitantes, sem saber se pressionam na marcação ou se recuam e tomam mais cuidados defensivos. A maioria ainda atua com dois volantes em linha que raramente avançam, como o Flamengo jogou com Jorginho e Pulgar, mesmo sendo no Maracanã, na vitória contra o Racing por 1x0.
Existe também um temor excessivo de atuar com os defensores mais adiantados. Na derrota sofrida pelo Palmeiras contra a LDU por 3x0, havia enormes espaços entre os setores, pois os zagueiros jogavam muito recuados, quase dentro da área, deixando um vazio no meio campo para o adversário ficar com a bola, trocar passes e chegar ao gol.
Nada está decidido. Não há mais favorito. Não ficarei mais surpreso se Racing e LDU disputarem o título da Libertadores.
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