Flamengo avança com meio moderno; Palmeiras e São Paulo também seguem
Times brasileiros avançam na Libertadores; análise aponta destaques e desafios

Flamengo, Palmeiras e São Paulo avançaram na Libertadores. Fortaleza, Inter e Botafogo ficaram de fora. Não houve surpresas. Fortaleza e Inter caíram muito e o Inter ainda enfrentou o Flamengo. Botafogo perdeu os seus principais jogadores do ano passado, além de enfrentar o bom time da LDU, que, em casa, nas alturas, fica muito mais forte.
O Flamengo melhorou ainda mais com o meio campo formado por Jorginho e Saul.
Os dois marcam e possuem ótimos passes. Arrascaeta continua brilhante, agora mais perto do gol. Ele é um destes jogadores especiais que sabem esperar o momento certo do lance decisivo. Não perde tempo com coisas inúteis. O Flamengo, coletivamente, é a equipe brasileira que utiliza mais conceitos modernos, como as trocas de passes desde a defesa, a compactação e a pressão para recuperar rapidamente a bola.
O Flamengo, na obsessão de ser o maior time da América e um dos grandes do mundo, fez um novo contrato milionário com uma das casas de apostas. Elas dominam o futebol brasileiro. Estimulam muitas pessoas, geralmente pobres a gastarem o que não podem. Pior ainda, aumenta o número de viciados com suas graves consequências. Pena que tantas pessoas famosas, ligadas ou não ao futebol, se tornaram garotos propagandas das bets.
Palmeiras sem excessos

O Palmeiras joga o suficiente para vencer, sem excessos. Abel Ferreira muda vários jogadores e a estratégia de acordo com o momento e o adversário. Geralmente dá certo.
O São Paulo, na média dos dois empates contra o Atlético Nacional, foi inferior, mas se classificou nos pênaltis. Na primeira partida, o time colombiano perdeu dois pênaltis. Quando o São Paulo contar com todos os principais jogadores, em forma, terá boas chances de crescer na reta final da Libertadores e do Brasileirão. Ferreirinha, como acontecia sob o comando de Zubeldia e de Renato Gaúcho no Grêmio, entra somente no segundo tempo e joga muito bem. Treinadores, comentaristas e torcedores gostam do chavão de que alguns jogadores só atuam bem quando entram durante a partida.
O meio-campista Marcos Antônio é um dos principais destaques do São Paulo. Ele é leve, esperto, habilidoso e desliza no gramado. Parece com Vitinha, meio-campista do PSG e da seleção portuguesa. Os dois desarmam, passam a bola com rapidez, avançam e vão recebê-la mais à frente. Comandam e inflamam os times.
Repito, há 26 anos na minha coluna- vários leitores estão cansados de ler- que, nas ultimas décadas, os sábios técnicos professores brasileiros dividiram o meio campo entre os dois volantes que marcam e jogam do meio campo para trás e o meia ofensivo centralizado que atua perto da área e do gol adversário. Desapareceram os grandes meio-campistas que marcam, constroem, avançam e atuam de uma intermediaria a outra.Isso tem mudado, lentamente. Na seleção falta um craque no meio campo. Ancelotti vai sentir saudades de um Modric, um Kross, craques meio-campistas que atuaram durante muitos anos no Real Madrid sob o comando do técnico.
Quais serão os jogadores que atuam no Brasil e que serão convocados por Ancelotti? Neymar será chamado? Deixá-lo de fora seria uma maneira de estimula-lo a se preparar para jogar melhor. Mesmo os craques precisam provar que estão bem. A fila anda e tem pressa.
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